De: Pedro Marinho - "A «burka» dos Bragas"
Considero a Rua dos Bragas uma das ruas mais foleiras do Porto. A última vez que passei por lá, à noite, pareceu-me um arruamento desolado e pálido, comprido e funesto parque automóvel, enterrado entre muros. Paradoxalmente a rua tem a meio, frente a frente, dois dos mais belos edifícios da cidade, a Companhia Aurifícia e a antiga FEUP, agora FDUP.
O Porto está apinhado de exemplos como este: ruas desoladas e pálidas mas com enorme potencial de se tornarem realmente admiráveis, convidativas, prazenteiras, de múltiplos serviços, de dia e de noite. Bom, a intenção deste “post” não é (para já) questionar o caminho, ou a falta dele, do urbanismo no Porto, mas dar apenas uma ideia de intervenção local a custo reduzido: que tal deitar abaixo os muros que “protegem” a FDUP?, que tal tirar a burka daquele edifício?, que tal permitir um acesso aos peões entre a praça Coronel Pacheco e a Rua dos Bragas, por entre os edifícios da FDUP?, que tal alargar os passeios e, em particular, banir o estacionamento em frente à FDUP?
PS.: já agora, a ideia de pintar de branco os rebordos em granito do edifício da FDUP foi muito má ideia, pois qualquer um percebe que ninguém se lembraria, na época em que o edifício foi desenhado e construído, de pintar de branco o granito. Será que poderemos tirar algum paralelismo em relação à pintura do silo-auto?