De: César Costa - "A reabilitação da Baixa e alguns falsos problemas"
Acompanho com muito interesse a reabilitação da nossa baixa, aqui n'A Baixa, e in-loco. Não terem aparecido propostas de compra para as habitações da SRU, não me surpreende. Afinal o Porto perde todos os dias massa crítica da boa (leia-se: com mais disponibilidade financeira) para Lisboa e outras cidades, a crise está a deixar muitas marcas em termos de emprego também nos salários mais altos (muitos licenciados e não só recém-licenciados), e o mercado está em baixa.
Há aqui duas questões que convém separar. Sendo eu for um investidor privado, se me apetecer atirar um milhão de euros ao rio, ou investi-los em reabilitação, o decisão é minha, o problema (ou não problema…) é exclusivamente meu, e o meu eventual lucro ou não continua a ser um problema meu. Já me parece que com dinheiros públicos a coisa não será bem assim. Porque o dinheiro não é meu, é de todos, e logicamente o problema (ou não problema) passa a ser também de todos. É aqui que reside a grande questão. Um privado pode alocar os seus recursos onde lhe apetecer, onde perspectivar um bom negócio. Se falhar, como muitos já falharam, aguenta, enquanto conseguir, o património por vender. Se entretanto não conseguir vendas, baixa os preços, ou abre falência.
E o investidor público? Neste caso em concreto, o que parece é que está a dirigir-se ao mesmíssimo público-alvo que o investidor privado. Pelo menos a lógica que foi estabelecida é a da comparação. Pode aguentar sem vender? Pode; provavelmente mais até que um privado, uma vez que está suportada em fundos públicos que como se sabe são inesgotáveis… E a “falência” de instituições públicas é algo não aceitável e que faz tremer muita gente…. (ultimamente e no caso dos bancos e de alguns países, até a falência de algumas instituições privadas faz tremer muita gente…) Mas não estará a distorcer as regras da livre concorrência? E onde está o seu papel de ignição/indução que norteou a criação das SRU?
A reabilitação deve ser gerida por quem sabe, com regras e objectivos claros. Identifique-se quem sabe, colham-se as boas experiências do exterior, desenhe-se um programa que baseado em casos de reconhecido sucesso reflicta a especificidade da Baixa do Porto, tomem-se decisões transparentes. Discordo em absoluto de Pedro Figueiredo. Eu percebo o argumento, mas foi exactamente esse que instituiu a forma de trabalhar da Parque Escolar, e outras vêm a caminho…
Num outro assunto, um pormenor: faço duas vezes por semana o percurso Gaia-Porto pela Ponte do Infante, em viatura particular, para levar a criança à escola, percurso que normalmente me toma cerca 20m. Hoje o mesmo percurso demorou cerca de 1.30h!! Porquê? Simples. Ontem como é público houve um curto-circuito na rede de semáforos da cidade, deixando muitos desligados ou intermitentes. Quem os ligou de novo, não coordenou a abertura do semáforo no topo da rua das Fontaínhas, com a abertura do semáforo em frente ao Jardim de São Lázaro, para quem pretende virar à esquerda para D. João IV, passando em frente à Biblioteca Municipal. Este simples “pormenor” custou a muita gente (incluindo eu) mais de uma hora de trabalho. Às vezes está um polícia no topo da rua das Fontaínhas a ajudar a fluir o trânsito. Hoje dia de paralisação total de comboios, não estava… A memória falha-me ou temos uma divisão de trânsito…? Alguém pode avisar quem de direito para resolver a questão? Obrigado.
Com os melhores cumprimentos.
César Lima Costa