De: Pedro Figueiredo - "Recuperar com a Universidade"
Outra coisa que parece também nunca ter "jogado" bem nas questões da reabilitação é o não-papel que em geral é conferido à Universidade do Porto em geral e à Faculdade de Arquitectura em particular... Onde estão as instituições no meio deste processo? Noutras "sedes" igualmente públicas enche-se os discursos com os elogios mais do que justos à Universidade e à FAUP e, na prática, nenhum savoir-faire da FAUP é aproveitado.
E no entanto há nomes, há muitos arquitectos com prática e teoria reconhecida nesta cidade, há muitos mais arquitectos com teoria e prática (ainda por reconhecer)... E portanto, com tanto potencial, só é estranho é que os poderes que lideram a SRU e a Reabilitação como ainda a conhecemos agora tenham de parecer gente amadora que teve ideias iluminadas, que parece terem nascido - as ideias - ontem... Ignorando a Universidade, por exemplo... Porque é que Arlindo Cunha ou Rui Moreira são melhores líderes de um processo de reabilitação que Souto de Moura, Álvaro Siza, Correia Fernandes, Nuno Valentim (casa Andresen, Jardim Botânico), Nuno Portas? Muitos outros nomes com capacidade e pensamento urbano e arquitectónico...
E ainda, outra novidade: a FAUP tem um CENTRO DE ESTUDOS... Porque é que não é o Centro de Estudos a estudar e a projectar os edifícios que se recuperam na baixa, mediante uma inscrição de projectistas ou um concurso, ou candidaturas, ou etc.? Afinal é um centro, é de estudos... Está na Universidade? Para que serve termos das melhores universidades... quando depois se vão buscar os amigos do partido? A faculdade tem de se ligar aos problemas concretos, ao mercado concreto, e os arquitectos têm de ter uma intervenção concreta. E isto não é Utopia, é bom senso, senso comum.