De: Cristina Santos - "São Vicente de Paulo"
Refuto por completo a alusão à situação do Bairro São Vicente de Paulo, pelo facto de a conhecer de contacto diário. Após a demolição, ainda pairava um certo ambiente de tal modo perigoso que em 7 meses sofremos 11 assaltos, inclusive até as instalações eléctricas arrancaram das paredes, à falta de outros materiais. Diga-se que nos referidos assaltos foi possível aos inteligentes profissionais carregar paletes de telha cerâmica, imagine-se portanto a conivência da vizinhança. Com todos os vãos encerrados por tábuas e escoramentos, conseguiam ter tempo para, à marretada, introduzir-se no interior. De referir que ao nível do rés-do-chão, dos 7 vãos, apenas restou apenas uma porta inteira. Era impossível a intervenção policial, pelo menos na versão 2 polícias, contra dezenas de pessoas.
Passado sensivelmente um ano, os moradores idosos já reabriram as portas para os quintais (estiveram pregadas), o verde inunda o antigo local, não há carros abandonados, não há sofás nas ruas, nem frigoríficos, nem outros electrodomésticos velhos, não há garrafas e lixo por toda a via pública. E os pequenos galinheiros que restam, felizmente, já não são utilizados como salas de chuto. Distúrbios, só em alguns jogos do FCP com o Benfica, é nos descampados que dão para a VCI que as pessoas se juntam, e há verdadeiras batalhas campais com a polícia.
O último bloco que resta vai tendo obras, não no exterior, mas sim no interior de algumas habitações, merece contudo uma pintura geral. Também neste bloco o comportamento cívico melhorou sobremaneira, são menos e portanto já não arremessam lixo directo de suas casas às das outras pessoas, usam correctamente os contentores, e o ambiente social está de facto muito melhor.
Cristina Santos