De: Pedro Figueiredo - "SAAL - Norte"
Diz quem conheceu o SAAL que não esquece... em geral. Quem não conheceu o SAAL, como a minha geração – colheita 1975 – também não esquece porque nunca foi sequer informada sobre o que foi o SAAL. Apenas sei o que foi o SAAL porque se aprende na Faculdade de Arquitectura...
Ao que parece, o Porto também esqueceu de onde vem. Não será só Portugal. O Porto parece não saber que entre 1974 e 1976 foram construidos mais de 3000 fogos: uma operação inédita, e quiçá exemplar, de Participação Popular, de Democracia Directa, de interacção Universidade-População, de alojamento dos mais carenciados na cidade e não fora dela, de alojamento em tecido urbano e não em bairro camarário, de iniciativa popular voluntária e não de espera - que - venham - os - burocratas - do - Estado - Central - ou - da - Câmara - resolver - isto - quando - quiserem - e - à - maneira - dos - Burocratas - de - Estado...
O "processo" SAAL é um processo, porque também conta a maneira como se faz, não apenas o resultado. Quando só conta "o" resultado estamos perante a tecnocracia que raramente resulta, porque exclui o processo, a participação, o Povo. SAAL é Serviço de Apoio Ambulatório Local porque é um Serviço feito à população, porque é de Apoio e não de sobreposição à iniciativa, porque é Ambulatório como uma coisa ambulante que pretende estar "de urgência" âmbulancia onde estiverem os problemas, e Local porque é feito no local, e pelas pessoas "Locais"... O SAAL foi tudo o que agora não se faz na cidade do Porto. Andámos para trás e de que maneira.
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