De: Miguel Barbot - "Paisagens"
Uma parte das paragens de eléctrico na marginal, especialmente as mais próximas do Aleixo, servem de tecto mais ou menos temporário para os sem-abrigo. Se isto é inaceitável nas paragens desactivadas, em paragens em funcionamento é absolutamente inacreditável. Hoje acabei por esperar pelo eléctrico do outro lado da rua, uma vez que o inquilino da paragem "Gás" se encontrava a fazer uma sesta ocupando metade do abrigo com várias malas de viagem, cobertores e cartões. Dava ideia de já lá estar há algum tempo, pois até teve o cuidado de tapar as frinchas com cobertores.
Imagino o drama que é não ter casa para viver e, dada a quantidade de coisas que o senhor carrega consigo, não parece ser apenas mais um caso associado à droga. Que pode a Cidade fazer num caso destes?