De: Nuno Oliveira - "CP é a única a não reforçar oferta suburbana do Porto"
Implantadas as SCUT com o que foi chamado o regime de portagens mais caro e caótico do mundo e conhecendo-se a situação confusa que se começa a viver nas alternativas gratuitas abre-se agora uma enorme oportunidade para que as empresas de transporte colectivo nas áreas abrangidas por esta alteração saiam reforçadas na sua competitividade face ao automóvel privado, ao qual têm de conquistar utentes. São opções que fazem sentido a vários níveis e que contribuem para que o nosso país, com baixas taxas de utilização de transportes colectivos, comece a perder a aversão cultural a tudo o que não seja o carro individual.
Rodoviárias como a AV Minho disponibilizam um serviço expresso Viana-Porto num tempo 5 minutos mais curto do que o comboio e desceram o valor do passe mensal, que custa agora menos 5€ que o da Linha do Minho com a intenção clara de ser o meio de transporte preferencial entre as duas cidades e franja litoral minhota. A Metro do Porto, passados dias, reforçou a oferta nas ligações à Póvoa e ajusta horários para acomodar os novos passageiros mensais, antecipando as assinaturas de Novembro, que obviamente continuarão a crescer nos próximos meses face à economia e conforto face aos trajectos de carro.
Que faz a CP, congestionada nas horas de ponta (é caótico ir de S.Bento a Ermesinde), e que será certamente visitada nas próximas semanas por clientes que não se pode dar ao luxo de não conquistar? Vai "esperar um ou dois meses" (ou quatro... ou cinco...) para ver se vai fazer algum ajustamento. Relembre-se que os suburbanos do Porto transportam 21 milhões de passageiros por ano, agora com tendência óbvia para aumentar, e por isso já estão alinhados para uma privatização da qual não se conhecem os moldes nem vantagens para os utentes da área metropolitana (mais uma privatização com lucro e monopólio garantido pelo Estado?).
Pela velocidade com que está a abordar (?) a melhoria do serviço para os utentes que o serviço que já tem, ficaria surpreendido se durante este ano víssemos algum sinal de que a CP tem alguém a trabalhar na área do marketing que se decida a apanhar este "comboio" que apareceu com o fim das SCUT.
Nuno Oliveira