De: Augusto Küttner de Magalhães - "Peões, esses selvagens - de Miguel Barbot"

Submetido por taf em Terça, 2010-10-12 14:36

Muito oportuna a chamada que faz n'A Baixa do Porto ao texto do JN sobre a tragédia que é atravessar a Avenida da Boavista no Pinheiro Manso. Aqui n'A Baixa do Porto já me permiti chamar atenção para essa passadeira, e para o drama que qualquer um de nós – cidadão quando peão - tem para ali atravessar, ainda hoje me aconteceu: as viaturas não param e agora parece que aprenderam um esquema, ou levantam o braço, género a referir, “deixe lá, não o vi”, ou então será “aguente, era só o que faltava ter que travar para o deixar passar”!

Quanto ao tal célebre aviso no chão, já aqui referido, das 1166 vítimas, o número não dá para esquecer! Estava – há semanas - marcado a preto na primeira lista branca da passadeira, agora foi repintado, e em vez de ficar em local visível para os automobilistas, não! Está na pedra do passeio antes de iniciar a passadeira. A ideia deve ser ficarmos ali indeterminadamente a decorar o número 1166 – por mim já o sei de cor e salteado – até que algum civilizado automobilista nos queira deixar passar. Volto a frisar que conduzo, que não ando unicamente a pé, que por certo serei tão ou mais imbecil que todos os restantes automobilistas quando não sou peão, mas opto por duas medidas:
1 - quando conduzo vou com muita atenção a qualquer passadeira e começo a travar antes, se não vier peão troco para o pedal do acelerador. Não sou nada melhor que nenhum meu concidadão, garanto.
2 - quando vou a pé, e cortesmente algum automobilista me deixa simpaticamente passar, agradeço com um acenar de mau e digo “obrigado”. Não sou nada melhor que nenhum meu concidadão, garanto.

Gostaria de deixar uma vez mais um alerta, não há a devida repreensão permanente – não tem de ser multa, basta chamar a atenção - por parte da PSP e/ou Polícia Municipal para com viaturas paradas – mesmo por 5 minutos – em cima das passadeiras. E esta zona aqui referida, bem como S. João de Brito, bem como S. João Bosco, bem como Avenida da Boavista e abaixo do Pinheiro Manso, bem como Av. Gomes da Costa, bem como!... são férteis em automóveis, deixados só por minutos em cima de passadeiras, o que faz com que os outros automobilistas possam não se aperceber de se trata duma passadeira, e que em 1, 2, 3, 5 minutos em cima da passadeira se vai comprar o jornal, tomar o café, levantar dinheiro ao multibanco, buscar a roupa à lavandaria – isto não é ficção é realidade, quem não acredita por favor perca uns minutos e aprecie!

Custa-me imenso ter de deixar este alerta, dado que quando fui sendo mais novo pensei – sou da geração de 60! Que isto tudo se resolvia a bem, que todos éramos compreensivos – quase: Make Love not War!, que havia gratidão, que tudo era bem aceite e compreendido, mas hoje já não penso tanto assim, estarei a ficar velho… por certo… Mas como ainda penso e emociono-me logo como diz António Damásio = existo, vou-me permitindo escrever estes disparates!

Quanto à actuação da CMP, não sei, acredito que algum dia queira actuar. Convém acreditar em qualquer coisa!

Augusto Küttner de Magalhães