De: Alexandre Burmester - "Todo o burro come palha, é preciso é saber dar-lha"

Submetido por taf em Sexta, 2010-09-24 14:45

Não bastasse o incrível arranjo do espaço urbano operado na Foz Velha, Passeio Alegre e Av. Brasil com a introdução dos mais modernos sistemas rodoviários assentes num bonito tapete betuminoso, cheios de setinhas, passadeiras, mecos, sinais luminosos e afins, que no seu conjunto poluem mais visualmente do que contribuem para o ambiente urbano, constata-se agora a introdução da ciclovia.

Verdadeiro ex-líbris do desenho urbano, vem esta via contribuir para a continuidade da já anteriormente muito comentada via ciclística que serpenteia pelas ruas da Foz e Nevogilde. Esta ciclovia perimetrada por um milhar de tubos pretos de plástico fluorescentes, cuja iluminação nocturna ajudará a orientar o tráfego marítimo de entrada do Douro, veio além do mais impor que toda a circulação automóvel tenha de passar pelos quelhos da Foz Velha. Embora o desenho não seja realmente o mais adequado, haverá pelo menos que ter o prazer de assistir ao trânsito intenso que se faz pela via ciclística, dado o número incomensurável de ciclistas que a usam diariamente. E que, por ser tanto, um dia destes haverá que pensar em colocar uma segunda pista para garantir os dois sentidos, e mais um milhar de tubinhos fluorescentes.

Haja paciência e mau senso. Para quê? Para ser politicamente correcto e vir mostrar o quanto se gosta de bicicletas? E porque gostam de bicicletas têm de sacrificar e complicar o trânsito? E a possibilidade do transporte do eléctrico? E retirar a antiguidade das ruas e estragar o Património? E poluir visualmente a cidade?

Há um ditado que se aplica ao desenho urbano que foi feito e que diz, “O mal não são os analfabetos, mas os alfabetizados que julgam que sabem escrever”. E um ditado para os políticos e para estas politicas erradas, “Com papas e bolos se enganam os tolos”. Entenda-se que os tolos somos nós todos que pagamos, não usufruímos e, passado novo mandato, voltamos a pagar a destruição e uma nova obra.

Alexandre Burmester