De: Emídio Gardé - "Colégio Luso-Internacional do Porto"
Não é a resposta à pergunta de Vítor Silva nem tão-pouco uma crítica à sua pergunta. É apenas um reparo, que corrobora a habitual expressão de que as pessoas têm memória curta.
O edifício em causa foi construído pela Companhia Carris de Ferro do Porto por volta de 1880 para ali alojar o seu material circulante, já que fazia a ligação até Matosinhos: «construiu leito proprio para o assentamento da sua linha desde a Fonte da Moura até á Foz,(*) onde fez uma bella estação com restaurante, casa para a assembléa e outras dependencias» (In Pinho Leal, Augusto - Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1882, pág. 481). Na época a edilidade portuense apenas permitia o uso da tracção a vapor extra muros, i.e. da «da sua estação da Boa Vista á Foz e Mattosinhos» (ibidem); o resto era feito por muares – 259 à data do início da exploração em 14 de Agosto de 1874.
Mais tarde, com o fim da tracção a vapor e a expansão da eléctrica (na Foz elas coexistiram), o edifício passou a alojar uma subestação e, eventualmente, para o alojamento de material circulante. O edifício, que ficava à margem da marginal e tinha (obviamente!) linhas que ligavam as “cocheiras” à rede de eléctricos, passou a estar no meio do areal com a execução do projecto do Parque da Cidade.
O Colégio Luso-Internacional do Porto (CLIP) foi apenas criado em 1988. O uso do edifício, «que actualmente está em estado de completa ruína», foi feito por cedência da STCP. (In Wikipedia)
Assim sendo, seria muito mais correcto perguntar “Que destino está reservado para a Estação dos Americanos da Foz”?
Emídio Gardé
P.S. - um ‘à parte’ acima assinalado com asterisco: subsistem vestígios do traçado da linha do americano da Foz na sua estrutura viária, sendo o mais marcante a Rua do Túnel.