De: Cristina Santos - "Bilbao"
Em 2006 quando ainda se apresentava o Masterplan da nossa cidade e os planos da SRU, realizou-se o Seminário Revitalização Urbana, Qualidade de Vida e Competitividade das Cidades, no qual foi apresentado o exemplo de Bilbao. As coisas demoram a acontecer para os portugueses, pelo que só agora pude ir confirmar o real sucesso do planeamento desta cidade.
Integração da arquitectura moderna nos quarteirões consolidados
Os novos projectos tem a interacção conjunta de escultores, pintores, arquitectos, engenheiros e paisagistas. As fachadas dos novos edifícios, bem como o espaço público reabilitado, não dispensam projectos que incluam todas estas vertentes num desafio estético e conceptual, que não abdica das novas tecnologias e que se centra no visitante/espectador. O resultado é bom. Imagine-se o “Vodafone” da Avenida da Boavista, mas numa área consolidada, mantendo cotas e aprimorado com o gosto de um pintor de obras de arte.
Restauro e conservação
Há telhados precários, há interiores ainda em tabique degradado, escadarias acidentadas, mas no exterior a maioria dos edifícios apresenta-se pintada, com as tradicionais marquises de madeira esmaltadas. Também nestas intervenções há a participação de artistas, os pintores neste caso; é como se a cidade fosse considerada pelos seus administradores como uma obra de arte, em todos os pormenores. A nível de arquitectura exterior ou é tudo novo, ou nada é alterado, não há imitações. A cota dos quarteirões já está equilibrada.
Jardins e espaços públicos
Mantêm-se as flores coloridas, a fazer lembrar a nossa antiga Avenida dos Aliados, cada elemento urbano, como as estações de metro são quase obras de arte, com particularidades muito interessantes. Vejam por exemplo o espaço público do nosso Parque Itália, há vários espaços com essa configuração em Bilbao, apenas que nas elevações criadas há flores, o efeito é muito superior. Também há esplanadas como as da Cordoaria, as tais horríveis e medonhas, cheias de gente a petiscar. Voltarei ao comércio e ao movimento mais tarde.
Cristina Santos