De: Augusto Küttner de Magalhães - "Dois"
- Viaturas a apodrecer à porta das esquadras da PSP
Desde há longos anos que nos vamos (mal) habituando a ter de ver viaturas a apodrecer junto à maioria das esquadras da PSP. Aqui no Porto temos exemplos como a Foz, Ramalde e vários mais, o que é extensivo a todo o País – Espinho, Viana do Castelo! Não poucas vezes vemos viaturas quase novas e, dado para ali ficarem, acabam por passar a “sucata” e mesmo assim não são removidas da via pública, ou de parques “próprios” junto às referidas esquadras! Supõe-se que são viaturas cujos proprietários ou utilizadores tiveram problemas que implicaram a sua apreensão. Nada será possível mais rápido ser feito? Com todos os direitos e com justiça e democracia, passarem estas viaturas a ser utilizadas pelo Estado - oficialmente e com parcimónia - para evitar custos com novas, não deixando aquelas apodrecer e a ver-se um espectáculo tão degradante: entre País atrasado e a querer ser desenvolvido.
- Abertura das grandes superfícies ao Domingos
Talvez seja conveniente pensar-se antes de mais que muitos profissionais em várias áreas trabalham em todos os dias da semana, não tenho a folga ou descanso semana “fixado” ao sábado e ao domingo, tais como: polícias, bombeiros, empregados de cafés e de restaurantes, de hotéis, cozinheiros, porteiros, vigilantes, lixeiros, enfermeiros, médicos, pessoal de limpeza nos mais variados locais, empregados em empresas de laboração continua. Logo estarem as grandes superfícies abertas, também ao domingo à tarde – era o único período que ainda não estavam - não vai criar um novo tipo de trabalhadores.
Por outro lado numa altura em que tudo “corre excessivamente depressa”, em que os horários e os tempos já deixaram de ser o que foram, não é possível parar o tempo, logo talvez seja da máxima conveniência, ao mesmo tempo, todos nos adaptarmos. E começando pelo aspecto familiar, se deixa de ser possível estar juntos - os que estavam, os que queriam estar! – ao domingo, têm de fortalecer as suas relações encontrando forma de em outro dia da semana o quererem conseguir fazer, e evidentemente que tem de haver uma rede familiar, uma rede de infantários, um não trabalho em simultâneo para “ter” onde deixar as crianças. Dito isto, tendo sempre em atenção que é o mais necessário e importante em tudo, antes do ter, são as pessoas, que como tal devem ser o elo mais forte em tudo, passemos para os benefícios da abertura das grandes superfícies aos domingos. Vão criar mais postos de trabalho por poucos que sejam, vão rentabilizar grandes espaços, vão-nos permitir ir comprar o que seja que se vende nesses espaços sem preocupação de dia e de hora.
Claro que tal virá prejudicar o dito comércio tradicional, mas já não é com proibições desadequadas aos tempos modernos que esse comércio se vai “safar”, não é pela negativa, terá que ser pela positiva. E esta terá ou não de ser encontrada na adaptação do que é tradicional ao momento actual, com imaginação, com empreendorismo, com formas totalmente diferentes, mas muito mais positivas de ver e estar no momento. Temos casos de todos conhecidos de grande sucesso de lojas que vendem artigos tradicionais e que até se instalam em locais até aqui mortos, conseguindo fazer diferentes horários, conseguindo vencer. Por certo terá que pelos próprios, nos mais diversos ramos, ter de ser estudada uma forma diferente de estarem abertos, dando sempre o devido e merecido descanso aos seus empregados, mas fazendo tudo de forma consensual – e ninguém é burro, por mais que muitos o achem – para estarem abertos quando vale estar e estarem fechados quando é melhor estar.
Como é evidente, nada feito em cima do joelho, tudo bem pensado e com o devido acordo e antecedência para todos saberem ao que vão e terem as suas vidas pessoais e familiares programadas e protegidas. Mas, basta de dizer: assim, não; basta de dizer: assim, não queremos ou não conseguimos, dado que outros querem, outros conseguem, em todo o lado e não vale fazer contra vapor. Como não vale haver exploradores e explorados, temos de conseguir entrar mais pelos consensos, pela construção e não pela destruição. Claro que todos sabemos que as mudanças não são fáceis, que deixar hábitos e ganhar outros é complicado, mas respeitando o ser humano como pessoa que é, terá de haver uma adaptação ao tempo real – hoje – para que consigamos melhor estar amanhã! E focarmo-nos em cada assunto de per si e só ter de saltar para outro quando o primeiro quase resolvido estiver, ou já mesmo resolvido for, para não ficar tudo sempre à espera de melhor ocasião!