De: JA Rio Fernandes - "Management"
Hoje ouvi uma conferência magnífica pelo geógrafo inglês Gregory Ashworth que trabalha sobre “heritage” (património) na Escola de Planeamento de Groningen (Holanda) e é referência mundial no tema, numa conferência integrada no 1º Congresso Internacional de Turismo organizado pelo ISCET. Entre outros temas, falou sobre a enorme importância da gestão, ou do “management”, bem como da necessidade de se ultrapassar o “nós” e “eles”, porque afinal nós também somos turistas, só que estamos entre a última viagem e a próxima, e “eles” também são locais, que apenas acontece terem viajado ao Porto (e sobretudo a Gaia, cujas caves são o principal lugar de visita no que eles chamam Porto).
Este “nós” e “eles” e a mesmíssima necessidade de gestão se pode (e deve) aplicar a bares e bebidas: mais policiamento, mais cuidado com as bebidas que se consomem fora dos bares,…, lembrando que nós ou os nossos familiares e amigos podem estar lá a beber agora. Aplica-se também aos focos de tráfico e consumo de droga (onde espero não cair, nem familiares e amigos), mas os quais não terminam por certo com a simples demolição dos lugares: senão, a par da escola e das torres do Aleixo, pelo menos deveriam ser demolidos os prédios da Rua da Bainharia e da Rua dos Pelames e todos os que ficam mesmo junto à SRU Olho Vivo, na chamada Praça do Duque da Ribeira. E também o viaduto da Corujeira (ou 25 de Abril) onde se abrigam essas práticas no final de tarde/noite. E mais não sei onde. E mais os lugares futuros para onde vão essas práticas depois destas demolições…
Da mesma forma, no espaço público, deve evitar-se a grande transformação à simples gestão, mais ainda quando a solução que existe é a mais urbana e mais correcta ambientalmente, pelo que é verdadeiramente lamentável e pecaminoso que no lugar de se estender o eléctrico (que poderia seguir do Infante, pela Foz a Matosinhos e escusava de ser apenas naquela versão histórica para turistas), se estenda o alcatrão. Pena que no lugar da obsessão com as corridas de carros antigos de que o Sr. Presidente da CMPorto gosta deste criança (e que levaram ao desaparecimento dos trilhos no viaduto na ligação com Matosinhos, não goste de eléctricos, ou da cultura e inovação tão necessárias ao desenvolvimento (como se parece começar a reconhecer, por fim!), nem da tão necessária cooperação com Gaia (travessias de barco, …), Matosinhos (prolongamento do Parque Ocidental da Cidade,…), Gondomar (prolongamento do Parque Oriental da Cidade e ligação por metro, sem curvas por Azevedo, por favor!).