De: Alexandre Burmester - "Comentários"

Submetido por taf em Segunda, 2010-06-21 17:34

1. Antigamente havia uma única festa na cidade do Porto, o S. João. Transformava-se a cidade numa grande feira popular e vivia-se uns dias de festa genuína e alegre por todo o lado. Hoje em dia existe a mania dos “eventos”. Sejam eles quais forem hão-de vir sempre acompanhados pelas milhares de tendas e tendinhas que se espalham pelo espaço urbano. Sejam as corridas e as maratonas, o Mundial de Futebol, os palcos e os saldos do Corte Inglês junto ao edifício transparente, seja lá o que for. A cidade com o Verão passa a parecer um S. João constante que chega a tirar graça à própria festa. A Av. dos Aliados é então o exemplo pródigo do bom uso, conseguiu juntar a gritaria e as vuvuzelas do Mundial, com a feira do livro. Isto sim é Democracia, isto sim é cultura no bem dizer do nosso Presidente.

2. Se tivesse um bar na Ribeira ou na Baixa, como agora tantos há, sentir-me-ia responsável pelo que acontecesse no espaço público circundante. Assim trataria de limpar e cuidar deste espaço público, e ainda de dar segurança aos clientes se fosse caso disso. Ficar indignado com o comportamento dos “imbecis” que bebem, que fumam, ou lá que comportamentos estranhos tenham, não me parece muito coerente. Se estiverem realmente preocupados com tudo isso, não abram bares e vendam souvenirs, gelados e sumos de frutas… É um problema sério deste País achar que sempre que existe um problema, este terá que ser resolvido pelo erário público com polícias e varredores, e terá de ser revertido em mais umas quantas regras, Portarias e Decretos.

3. Nesta altura do ano aparecem sempre umas brigadas de madeireiros que teimam em serrar e punir muitas árvores da cidade. Para uns é responsabilidade das Estradas de Portugal, para mim é da Câmara que os deixa.

4. Chega mais um Verão e procede-se às sempre mesmas obras de requalificação da marginal da Foz. Desta vez retiraram-se de vez os trilhos dos possíveis eléctricos, que lá estavam pacientemente à espera da decisão de um iluminado que pudesse achar que a marginal do Douro e a sua ligação entre o Centro Histórico e a Foz Velha podia ter algum sentido. Retiraram-se ainda as antigas vias de paralelo para imperar uma vez mais a lei do alcatrão. Um dia chegará a vez do Centro Histórico.

Alexandre Burmester