De: Cristina Santos - "Movimento pró-partido do Norte"

Submetido por taf em Segunda, 2010-06-07 23:52

Pessoalmente, agrada-me o surgimento de um movimento pró-partido do Norte. De facto, os Ministérios que existem servem apenas 2 ou 3 centros urbanos, as soluções que projectam são generalistas e comuns, completamente desfasadas das situações regionais deste país que, quer se queira ou não, é maioritariamente rural na sua expansão.

Quando nos deparamos com a desertificação do interior, o primeiro objectivo tem sido “tentar” transformar aldeias e vilas em grandes núcleos, para que a sua situação se enquadre nas medidas previstas pelo Estado para os centros urbanos; medidas que prevejam o interior praticamente não existem.

Em resultado, constroem-se bairros sociais em vilas históricas; transferem-se as pessoas da aldeia a 15km para uma torre sem quintal, sem horta, sem animais; dão-se cursos remunerados, que vão desde o cultivo dos choteiros ao tratamento de cavalos, dos quais não resulta emprego, antes a expectativa de novo curso remunerado, expectativa esta difundida pelos ministradores de tais formações, completamente alheios da ideia de que a formação é contínua e para toda a vida; subsídios de inserção a jovens mitigados por essa ideia do facilitismo; encerram-se escolas; e falhando o projecto transferem-se estas situações para o pequeno núcleo urbano mais próximo, ficando a vila na situação da aldeia que ajudou a desertificar…

A única forma de acabar com estas medidas generalizadas dos Ministérios, que servem tanto para Lisboa como para Vieira do Minho e tem só como objectivo engrossar o poder do Estado, é encontrar uma plataforma de regionalização, que chame a atenção para as particularidades e potencialidades do território e que reivindique caso se mostre o Estado surdo. Os partidos que tenham essa vontade serão obviamente bem sucedidos e apoiados, é agindo sobre as condicionantes mais atrasadas do país que conseguimos produtividade e desenvolvimento. Recuar na cadeia do país à ruralidade, ao interior, dinamizar esses elos, conseguindo produzir ao seu nível, é conseguir travar a dependência do Estado e provavelmente diminuir Ministérios.

Ainda que este movimento acabe imóvel, tenho por certo que é tentando uma e outra vez que vamos conseguir mudar o paradigma e, como tal, tenho de elogiar e apoiar todos quantos dispõem do seu tempo para estas tentativas. Estão a contribuir para um país melhor e todos temos de agradecer isto, espero que sejam bem sucedidos.
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Cristina Santos