De: Cristina Santos - "Inflexibilidades"
A rigidez cadavérica, a que me referi no último post, é obviamente relativa à lei laboral e a outras inflexibilidades. Dado que este tema, embora envolva o Porto, é demasiado generalista para o blog, aponto-as resumidamente:
- Inflexibilidade da Lei laboral: inflexível no combate ao absentismo, no esclarecimento da produtividade, demasiada equiparação ao sector público, inflexibilidade no despedimento por justa causa;
- Inflexibilidade de horários: blocos de horas, limites semanais, a resposta à procura de mercado tem que ser dada em horário inflexível, prejudicando obviamente a competitividade.
- Inflexibilidade na mobilidade: o alojamento dado a trabalhadores é agora considerado rendimento e como tal taxado (quem sabe até retroactivamente), bem como os subsídios de alojamento, portanto naturalmente que o Norte e o interior terão mais desemprego, menos rendimento, menos estimulo.
- Inflexibilidade da taxa de desemprego de longa duração: justificada com o excesso de apoio, que leva a excesso de tributação, que leva a diminuição de rendimento;
- Inflexibilidade na fiscalização: das elevadas baixas por doença, e outras razões das elevadas taxas de absentismo, o país é lesado em milhares, não só na produtividade...
- Inflexibilidade de posturas sociais: um estudante geralmente dedica-se apenas ao estudo, não trabalha em simultâneo, nasce um tenro e jovem licenciado aos 25 anos, directo para o desemprego, há que tornar a mentalidade flexível.
Em primeiro lugar, julgo que é necessário que trabalhadores e empresas se unam para traçar uma meta económica para o país, é preciso reivindicar duramente sobre o todo, e formar uma cadeia célere de interesses, produzir mais e ganhar mais. Essa meta não pode ser atingida na versão Patrões/Escravos, outra limitação social e ética... Não defendo recibos verdes, mas são fruto desta inflexibilidade e não a razão do problema. Portanto, antes de agir sobre essa questão, há que agir sobre o factor que os origina.
Cristina Santos