De: Luís de Sousa - "Uma imagem pode valer mil palavras"
O último comentário do Tiago deixou-me algo apreensivo numa primeira leitura, porque uma pessoa que se preocupa com a cidade e que apela a intervenção dos cidadãos no seu desenvolvimento não deveria menosprezar de uma forma tão incisiva o trabalho de alguns artistas que se prontificaram a elaborar um trabalho crítico sobre a cidade. Mas acho que tudo isto não passou de um mal-entendido! É que a mensagem que os artistas quiseram transmitir com os “vasos pindéricos” não é nem mais nem menos do que a mesma presente no conteúdo do artigo de opinião do Tiago “O mistério da couve desperdiçada”. A necessidade de requalificação do interior dos quarteirões e a introdução de hortas urbanas também preocupa estas pessoas. Se procurarem no site da RTP ainda lá encontram a entrevista dada pelos visados ao Jornal da Tarde de ontem e vão poder confirmar o que eu digo.
Na mesma linha de pensamento gostaria de salientar uma das outras “coisas de fácil produção, de baixo custo e que tivessem algum impacto ao nível da vida das pessoas". Trata-se de uma peça de mobiliário urbano concebida por dois jovens arquitectos e que se encontra no Largo dos Lóios. Como no caso anterior não acho que o objecto vale por ser bonito ou feio, funcional ou não, pois isso é o resultado imediatista da minha observação. Penso antes que pode ser isso sim um bom mote para questionarmos o mobiliário urbano que privatiza o espaço público e o torna inflexível, como o que recentemente foi introduzido na zona do Piolho.
Penso que o Porto tem potencial para se afirmar como um importante pólo cultural assente não só nos equipamentos de elevada qualidade que possui mais também através da iniciativa e do trabalho da sua comunidade artística. Afinal uma imagem pode valer mil palavras, basta sabermos observá-la com atenção e reflectir sobre ela.
Luís de Sousa
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Nota de TAF: ver aqui aos 14 minutos. Na minha opinião não basta ter boa intenção, é preciso ter competência e ser eficaz. Comigo, pelo menos, a instalação não funcionou. (Só agora fiquei a saber quem eram os artistas, e de qualquer modo a autoria não me parece relevante.)