De: Nuno Oliveira - "A Cultura da Precariedade II"
Está acessível o relatório da ACT relativo ao despedimento ilegal dos trabalhadores de Serralves, já referido neste post. (via Precários Inflexíveis). Serralves é uma instituição de referência do Porto e do País e não tem agora qualquer desculpa para rectificar imediata e exemplarmente esta situação para que retenha a sua reputação. Usar o expediente de recorrer a empresas de trabalho temporário como modo de lavar as mãos do assunto é tudo menos uma saída digna.
Se em vez de demagogias populistas e redundantes que sugerem que trabalhadores que descontaram façam trabalho gratuito houvesse coragem política real e um desafio ao que é realmente politicamente correcto - que é não chatear o peixe graúdo - para propôr uma reforma da ACT e dar-lhe um "empurrão" na eficiência como se fez à ASAE, fiscalizando todas as grandes empresas e organismos do Estado (e a própria ACT!), era garantido que desapareciam centenas de milhares de casos deste tipo de "poupanças" em Recursos Humanos por parte de muitos empregadores, que competem assim injustamente contra os empresários que cumprem a lei e que levam a sério a sua própria estrutura laboral e profissionalismo.
A cultura da precariedade resulta da cultura da impunidade que a precede.
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Nuno Oliveira