De: Augusto Küttner de Magalhães - "O Benfica, o Papa, o VPV e mais!"
O que escreve Vasco Pulido Valente sobre o Benfica e o Papa, como é evidente, é feito por uma óptica parcial, sempre maldizente, mas uma vez mais – desgraçadamente – com algumas justezas. Numa altura em que as nossas energias deveriam ser transferidas, projectadas para situações mais construtivas e positivas, e nunca como na Grécia onde unicamente se lembraram de andar na rua a partir tudo e a dar vivas a slogans que já são do passado – ainda aí não chegamos, mas talvez não tenhamos de muito esperar…. Estamos para já a dar vivas aos futebóis, no caso refere VPV o Benfica no passado fim-de-semana, mas por certo amanhã – já amanhã! – vai ser atracção permanente a selecção nacional de futebol, o treino e estadia na Covilhã, na Serra da Estrela, o que os jogadores dizem, pensam, comem, fazem, a que horas fazem xixi, e aqui está um dos nossos F´s predilectos, preenchido o Futebol.
Quanto ao Papa e à sua visita, - mesmo num momento em que há necessidade de muitos conseguirem (conseguirmos) ver mais que o material – evidentemente que está a preencher totalmente o outro F, de Fátima, e quanto à questão referida ainda por VPV de Bento XVI “reafirmar uma doutrina e uma vontade num tempo hostil”, ou seja não conseguir o Papa actual e no momento actual, ir abraçando a modernidade, a permanente evolução, claro que o não tem feito e nunca será este homem com oitenta a tal anos que o vai conseguir – e sobretudo querer – fazer, não pela idade, mas pela atitude! Apesar de ter atraído muitos jovens nesta sua estada aqui em Portugal, não tem hipóteses de mudar mentalidades para mais abertura, essencialmente de dentro, para dentro da sua Igreja Católica, dado que nem é esperado – internamente – que o faça, quanto mais externamente, logo será infazível. Sendo que Ratzinger como pensador, como filósofo, até como teólogo, mesmo para um não crente, tem uma forma de pensar, de escrever de passar ideias excelente, mesmo que possamos não as comungar, mas é uma pessoa que tem ideias – práticas - que muitos, demasiados, deixaram há muito de ter! Mas sendo um chefe de uma religião ainda muito representativa no Mundo, que não só no Ocidente, não deve perder espaço e influência numa altura que todos, mesmo não crentes, necessitamos de mais “ser” do que “ter”. Mas por certo e apesar dos esforços para – eventualmente! - ser mais aberto não o vai querer conseguir. Até - em pequeníssimo detalhe! - o uso do latim nesta sua presença em Maio de 2010 em Portugal, quando isso é passado, a necessidade de falar no aborto, por muito que se ache que seja um tema de reflexão, mostra abertamente onde ainda se não quer estar. Claro que a Igreja, esta, a Católica, ou qualquer outra deve manter princípios, deve seguir uma via meticulosa, para não se desmoronar -, mas talvez! - não deva parar no tempo, quando esse tempo não pára, até dentro de algumas facetas menos cómodas desta mesma Igreja!
E, por cá agora, a acrescentar ainda ao tal F do futebol, o que volta já amanhã, temos o terceiro a reaparecer em força, temos o Fado à espreita, ao que parece a pretenderem candidatá-lo a património mundial de qualquer coisa! E o Fado, é pela sua própria definição o fatalismo, a vitimização, a tristeza, a desgraça! Precisamos de facto de todos de muito mais “ser” de muito mais abstracção que não nos deixa a obsessão pelo “ter” mas c´ós diabos, mais para além destes eternos e 3 F´s!
Augusto Küttner de Magalhães