De: Carlos Cidrais - "Artigo interessante"
Transcreva-se e afixe-se:
"O caso da devolução de remunerações dos autarcas que exercem funções de administração não executiva na Metro do Porto é verdadeiramente extraordinário, e revelador do que é este nosso Estado.
Fez-se uma lei para, aparentemente, resolver o caso de alguns "boys" em certas empresas, os quais estavam descontentes com o facto de a lei só lhes deixar adicionar, em empresas públicas e aparentadas, um terço ao vencimento de presidentes da Câmara (ou vereadores). Esqueceram-se do Metro do Porto e de um tipo aborrecido chamado Rui Rio, que, goste-se ou não de algumas das suas características ou de várias das suas ideias, tem posições firmes sobre estas coisas.
Ou seja, pela interpretação da nova lei, os eleitos locais podiam afinal acumular o vencimento total de administrador da Metro do Porto. Rui Rio não aceitou e disse que achava demasiado. A presidente do comité de remunerações disse que tinha de ser assim - mesmo não querendo, tinha de receber. Pelos vistos, é técnica superior da Inspecção-Geral de Finanças, supostamente o organismo certo para saber destas coisas.
Mas é a mesma IGF que vem agora pedir a devolução de tudo, desautorizando a sua técnica, e já depois de Rui Rio ter dito que não queria receber nada.
Quando se fala tanto de prémios e bónus escandalosos, Rui Rio foi capaz de dar um exemplo. Só que primeiro nem o deixavam ganhar menos e agora não querem que ele ganhe nada, e para assumir funções ainda tem de pagar um seguro.
É um Estado louco."
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Carlos Cidrais