De: TAF - "Um partido aberto no Porto"

Submetido por taf em Sexta, 2010-04-30 12:13

Caro Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD

Começo por louvar a sua decisão de responder publicamente ao meu desafio. Os partidos devem abrir-se à participação e debate públicos, sem ficarem fechados no pequeno mundo dos seus militantes, infelizmente ainda uma percentagem ínfima da população. É promovendo esta exposição pública que se consegue, aliás, cativar novos aderentes e fomentar intervenção mais qualificada. Não será por acaso, também, que esta postura é defendida pelo novo líder nacional do PSD ao sugerir um "estatuto do simpatizante". Daí que quando eu insisto na "análise e acção interna" no PSD/Porto não a queira exclusivamente interna, mas também interna. Foi neste espírito construtivo que entendi também a sua decisão, que já publicamente elogiei, de ter aberto à Comunicação Social o último plenário da Concelhia do Porto.

Quanto ao assunto em causa, telegraficamente e para que não haja dúvidas sobre a minha opinião, direi o seguinte.

1) Apoio a opção do Vereador do Urbanisno ter feito subir ao Executivo a decisão. É importante que todos os vereadores se responsabilizem por ela.

2) Depois do tribunal ter aceite a providência cautelar, o Executivo camarário decidiu não fazer nada. Se não é a Câmara que tem agora de actuar, então a quem cabe essa tarefa? Se os eleitos não actuam quando lhes foi delegado pelos cidadãos poder para isso, o que estão eles a fazer no seu cargo e a quem se deve alternativamente recorrer?

3) Neste caso são igualmente condenáveis abstenções e saídas de sala. A única atitude responsável seria dar sequência à decisão do tribunal, actuando em conformidade. Pelos vistos só dois vereadores se mostraram à altura da missão que lhes cabia.

4) Os partidos não são clubes. Os partidos existem para em Democracia representar o povo e fazer valer os seus interesses. Não faz sentido apoiar cegamente toda e qualquer acção do partido (ou neste caso de uma sua estrutura local) no qual se é militante. Quando o partido falha nessa sua missão, é pelo contrário dever do militante alertá-lo para esse facto e, de modo transparente, deixar clara a sua opinião. As estruturas do partido, também democraticamente, aceitarão ou não o feedback dos militantes e serão na devida altura avaliadas por isso.

Saudações cordiais e laranjas do militante n.º 167506.