De: Paulo Rios de Oliveira - "«Resposta Aberta» à «Carta Aberta ao presidente da Concelhia do PSD/Porto»"
Caro Companheiro Tiago Azevedo Fernandes:
Como compreenderá, embora seja um Militante recente do Partido, o PSD tem órgãos, momentos e formas de promover o debate interno que não a que escolheu. Ademais, não me parece esta a configuração mais profícua, avisada e eficaz de trocar ideias e “estados de alma” partidários. Até o companheiro reconhece no seu texto que “este tema… justifica análise e acção interna” (sublinhado nosso). Não obstante, por uma única e irrepetível vez, recorro ao mesmo meio para responder à V/ carta aberta.
Directo ao assunto, esclareço que a “Proposta” levada ao executivo na CMP era e é essencialmente jurídica, embora destinada a deliberação de órgão político. Bem andou o nosso Vereador Gonçalo Gonçalves em promover – sem preconceitos ou subterfúgios – o assunto a deliberação camarária. Mas, recorde-se, o que se pretendia – não obstante o carácter essencialmente jurídico do tema – era que cada Vereador pudesse, dentro da sua experiência, consciência e prudência, opinar – votando! – sobre os termos da mesma. Não haveria (nem se pediam) opções político-partidárias, nem (muito menos) disciplina partidária ou registo ideológico.
Foi em clima de grande liberdade e responsabilidade que se pedia a cada Vereador que pudesse contribuir para a decisão que melhor defendesse os interesses do Município. Assim foi. Em liberdade, por voto secreto e sem nenhum limite, senão o peso da responsabilidade de representar a vontade dos portuenses, que cada Vereador votou. Esclareça-se: Não se pedia solidariedade ou disciplina de voto, mas sim avaliação prudente e livre! Por isso, nada sinto ter a apontar aos Vereadores que votaram em consciência e não fugiram às suas responsabilidades.
Contudo, registo como verdadeira uma passagem do V/ texto: “…decidiram fugir às responsabilidades do cargo para o qual voluntariamente se propuseram. Amedrontados com as potenciais consequências das suas acções, refugiaram-se numa gravíssima omissão. Envergonham a cidade e suscitam a indignação dos munícipes”. De facto, o Vereador da CDU, que o companheiro bem conhece, depois de ter manifestado em vários momentos anteriores posição clara sobre o tema em discussão neste dia, optou por sair da sala, num gesto que o companheiro qualifica bem e o Povo do Porto qualificará melhor…
Em conclusão, sobre este tema entendo nada ter a “corrigir” ou alterar no futuro, aproveitando para louvar, nesta sede publicamente, o trabalho, empenho e disponibilidade dos eleitos do PSD para enfrentar e assumir o projecto autárquico que os Portuenses recentemente sufragaram.
Por último, registo o seu desafio: “Tratemos da nossa casa; os outros tratarão da deles.” e vou manter-me atento à forma como cada militante – como é o nosso caso – contribui para os êxitos do PSD e dos Projectos e Candidatos por quem nos batemos.
Receba as minha cordiais saudações social democratas.
Paulo Rios de Oliveira
(Presidente do PSD/Porto)