De: Augusto Küttner de Magalhães - "O Espólio de O Primeiro de Janeiro"
De facto é uma pena ninguém querer “agarrar” o espólio de O Primeiro de Janeiro, dado tratar-se de um jornal que fez história, direi até ao 25 de Abril de 1974, a partir daí foi perdendo as suas características. E convém focar e bem que O Primeiro de Janeiro era um muito bom jornal à época e livre de espartilhos políticos, no que livre se podia ser em tempo de efectiva e real “não liberdade de expressão”, com “censura activa e actuante”.
Mas perdeu-se tempo demasiado a recuperar o irrecuperável, ou seja, O Primeiro de Janeiro como era e como foi. E hoje, em crise, não se encontra quem ache que vale guardar a memória de um bom jornal de outros tempos. Quanto ao próprio O Primeiro de Janeiro já não tem espaço como periódico, mas teve-a e muito durante muitos e bons anos. Sendo pena, penso que não vai gravar quem lhe queira deitar a mão e vai-se perder, mas ficará a memória em muitos do que foi O Primeiro de Janeiro, e se não ficarmos completamente débeis mentais ou não nos forem matando por começarmos a ficar velhos, será possível irmos contando vivências/experiências “vividas” de O Primeiro de Janeiro. Será de aqui e agora aproveitar para elogiar o MANUEL PINTO DE AZEVEDO JÚNIOR que soube manter durante muitos anos um bom O Primeiro de Janeiro. O espólio se se perder, fica a memoria! que pode ir sendo recordada… ou não!
Augusto Küttner de Magalhães