De: Nuno Oliveira - "Pseudo-Manifestos"
Na sequência deste post e não sendo perito em energia ou artes negras conheço uma "fonte" energética que não implica centrais nem ocupação de qualquer área, protegida ou não, que é gratuita na fonte, e que pode ser implementada imediatamente, dando "rendimentos" maiores do que várias dezenas de centrais nucleares, eólicas, barragens e afins. Tem problemas fatais: não se materializa numa "obra" que seja inaugurável por algum político, os seus efeitos são mensuráveis apenas a longo prazo (é difícil receber louros), depende da educação cívica (o eterno problema) e tem ainda o maior defeito de todos: não dá dinheiro a ganhar a ninguém. É a Eficiência e Conservação, que deveria ser o eixo estratégico de qualquer política energética no mundo. Não é em Portugal.
O recente manifesto tem a pretensão de discutir política energética mas evita convenientemente a Eficiência e diz-se (não sei) que é de iniciativa social-democrata. O actual governo reveste-se de gravitas ecológica, mas abandonou cínicamente o Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE), que deveria ser a base da sua actuação nesta matéria mas nunca passou de uma apresentação (típico), preferindo os responsáveis afogar comunidades rurais em barragens redundantes. Os dois maiores partidos estão portanto do mesmo lado, contra qualquer tentativa racional de discutir energia mas cada um a favor dos seus clientes predilectos, divergindo sobre a quem entregar o doce.
Deveria ser a sociedade civil a exigir esta terceira via, cujo potencial ultrapassa largamente qualquer outra solução a que (não) se refiram veladamente operações de marketing disfarçadas de manifestos altruístas.
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Nuno Oliveira
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Nota de TAF: estou em condições de esclarecer um ponto acima referido - o tal manifesto não é de iniciativa do PSD, veiculando apenas a posição pessoal dos seus subscritores. Até posso dar o exemplo de um militante do PSD que tem uma opinião bem diferente. ;-)