De: José Ferraz Alves - "Uma pequena nota sobre o último Olhares Cruzados sobre o Porto"
Tendo tido a oportunidade de fazer um breve comentário nesta última sessão dedicada ao destino do Norte, na temática das pequenas e grandes empresas, há contudo uma outra questão que lá não coloquei para não monopolizar o tempo, mas que quero deixar aqui expressa, possa algum decisor passar os olhos por ela.
Há uma necessidade de captação de valor pelas empresas da região, que é mais gritante ao nível das pequenas empresas e que decorre da sua incapacidade negocial por dificuldades actuais de tesouraria. Na última entrevista que fiz no Bloco de Notas da RTV ao Prof. Eng.º João Ribeiro, investigador universitário, foi possível perceber que há quem venda os seus produtos ao exterior a um décimo do preço final colocado depois pelo seu cliente, por esta dificuldade de sobrevivência e de desenvolvimento. As autoridades nacionais deveriam pensar seriamente na intervenção no capital destas empresas de forma a dotá-las de condições de competitividade e de captação de maior valor, com isso aumentando a produtividade - em valor, que é a que interessa - e potenciando o próprio investimento feito.
Será que o Estado não pode até depois ganhar dinheiro com as intervenções financeiras que faz, "privatizando depois essa aplicação" e com isso agilizar o que depois nos vem exigir em termos de impostos? Seria uma forma de atribuição de incentivos bem mais simples e proveitosa. Ou, em alternativa, uma oportunidade de negócio também para as Grandes Empresas, dotando-se de Fundos de Capital próprios específicos para intervir nessas pequenas empresas, sendo sempre de menor risco para o sector financeiro intervir por este canal de intermediação, em mais uma estratégia "win-win".
José Ferraz Alves