De: Nuno Oliveira - "Cultura da Precariedade - Serralves responde"

Submetido por taf em Quarta, 2010-03-31 22:00

Aparentemente os funcionários de Serralves nunca tiveram qualquer relação laboral com a Fundação e eram os próprios a decidir quais os horários da instituição. Curiosamente quando visito a instituição não tenho a percepção desta informalidade invocada pela direcção. É infeliz que não se associe o sucesso deste equipamento também ao desempenho dos seus funcionários, optando-se antes pelo "chico-espertismo" pouco profissional que caracteriza as entidades empregadoras com menos escrúpulos e que menos levam a sério a sua própria estrutura laboral. Relembro que a ACT considerou a situação destes trabalhadores ilegal e aplicou uma coima à instituição, não se conhecendo o conteúdo do relatório.

Esta dezena de trabalhadores é uma minúscula gota neste oceano de precariedade que é estatisticamente inexistente mas, segundo dados do INE, das centenas de milhares de voláteis trabalhadores "independentes", a quase totalidade escolheu o valor mínimo para o escalão pelo qual descontam para a Segurança Social. Esta diferença é "poupada" por empregadores como a Fundação de Serralves dado o clima de impunidade e escassez de denúncias devido a um mercado de trabalho contraído.

Apelo então aos potenciais substitutos dos trabalhadores dispensados a que não se conformem com estas condições absurdas.
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Nuno Oliveira