De: F. Rocha Antunes - "Concurso da Via Nun'Álvares II - €1.105.000 de honorários de projecto a concurso"
Caro Alexandre,
Depois do teu post sobre o assunto e da nossa conversa sobre o mesmo fui ver com calma o que diz o concurso. Como sabes, eu sou um optimista militante e acho sempre que as coisas nunca podem ser tão más quanto à primeira nos parece. Acho que é o caso.
O que falta é aquilo que nós, os gestores, chamamos pomposamente um sumário executivo e que é a síntese do processo numa página A4 com tudo o que importa saber para tomar uma decisão. Estamos numa encruzilhada entre o tradicional formalismo das peças jurídicas dos concursos tão caro aos nossos advogados e o despachado mundo da Internet e por isso estas coisas continuam a poder apenas ser lidas por quem tenha tempo para ler tudo. É por isso que já se encontram pérolas como o “download” e o “site da Câmara” no meio do texto. Os Termos do Concurso são claros quanto a esta fase de concepção mas omitem um número essencial, que aparece lá para o meio do Caderno de Encargos, que é valor máximo dos honorários a pagar a quem for feito o ajuste directo: €1.105.000 (130% de €850.000).
Assim, o presente concurso destina-se a escolher os arquitectos que queiram investir na apresentação de um conceito que seja seleccionado para o grupo de cinco que a seguir vai apresentar os respectivos honorários e, em função disso, fazer o ajuste directo de todos os projectos. Parece-me positivo que seja feita a divulgação pública dos trabalhos seleccionados e o ideal era que fossem conhecidas todas as propostas presentes ao concurso.
Não posso acabar sem referir o teu esforço enorme para que este processo seja exemplar. O Porto deve-te isso.
Abraço,
Francisco Rocha Antunes