De: Cristina Santos - "Ruptura"
Uma ruptura não implica apenas um novo Governo que faça propostas pacíficas para assumir os erros anteriores, precisamos de um novo Governo que se proponha fazer uma auditoria séria aos últimos 5 anos de governação, a comprovar os erros de gestão que sucessivamente se apontam, que de facto são flagrantes, e a apurar responsabilidades.
Uma autarquia com actos de apuramento da gestão do bem público, como foi o caso na nossa cidade, pode eventualmente prejudicar os munícipes, já que fica sujeita a chantagens várias, como a anulação de projectos estruturais importantíssimos, ao adiamento de outros, e os próprios cidadãos, além de privados desses projectos, verem-se a braços com candidaturas de altas patentes nacionais para cargos de cabeça-de-lista para a Assembleia Municipal do Porto num gozo deliberado, e ter de aceitar. Mas um Governo não está sujeito a essas pressões, é o órgão máximo, de modo nenhum fica no impasse entre projectos e responsabilizações e cumpre-lhe apurar responsabilidades.
O PSD tem-nos dado um exemplo democrático de discussão e opção de liderança, que deve ser exemplo, até nas empresas que muitas vezes encaram a apresentação de propostas alternativas internas como sinal de conflito, em vez de sinal de tentativa de focar várias vertentes para o objectivo final. Só se lamenta que, apesar de 3 alternativas, continue a tentar iludir apresentando soluções para erros irremediáveis, quase como quem já prepara uma desculpa para mais um falhanço. É a eterna esperança decadente, a esperança das vítimas que perante todos os sinais continuam a acreditar, que um dia...
Antes de prosseguir qualquer sentido governativo, há que apurar responsabilidades, doa a quem doer. E partir desse ponto para marcar um novo patamar de exigência. Se mudarmos apenas o Governo sem que se assumam os danos causados, mudamos apenas as figuras e, para isso, mais vale mudar de país.
Cristina Santos