De: Alexandre Burmester - "País de mimados"

Submetido por taf em Quinta, 2010-02-11 19:19

Sou do tempo em que as crianças quando se portavam mal levavam umas bolachas e umas sapatadas no rabiosque, e aprendiam rapidamente a comportar-se. Hoje as criancinhas que vemos por aí destes casais jovens berram e gritam, amuam e enchem a paciência, perante uns pais risonhos e apáticos que lhes acham graça, dão-lhes tudo, e ainda negoceiam obrigações. São estes tempos modernos em que as criancinhas entram para os liceus, e saem empurradas com um secundário sem saber ler, escrever e fazer contas. Entram nas faculdades e além de demorarem menos tempo a tirar um curso caem no trabalho, incultos e ignorantes. Apanhamos estes meninos no trabalho e ainda temos de lhes dar formação, e motivação para que “gostem” do que fazem.

Esta é a sociedade europeia dos dias de hoje. Cheia de Direitos, com poucos Deveres e habituada ao Mimo. Esta seria a sociedade que se vem vindo a construir nas últimas décadas, não fossem as dificuldades existentes pelas crises e por aquelas que se adivinham. Porque a realidade que existe hoje em grande parte desta sociedade é infelizmente outra. Estar desempregado, sem trabalho e sem meios. As previsões não são as melhores. O país não tarda estará igual à Grécia, o nosso governo limita-se a gerir a dívida, da forma difícil que a oposição lhe permite, e se a crise ainda não chegou forte a todos, chegará.

Fico com a sensação que andam por aí muitos meninos mimados. Seja pela educação, pelos privilégios, pelas facilidades dos direitos adquiridos, ou pela vida fora da realidade que muita gente vive, que ainda não entenderam nem o Mundo nem o País em que vivem. De que outra forma se percebe o comportamento desta classe política que não é capaz de fazer um pacto de regime, mas que continua a discutir as suas “Razões” e a não ceder nos seus “Poderzinhos”. Como se percebe o comportamento de uma função pública que faz greve a reclamar aumentos, quando a massa salarial que lhes paga está cada dia menos empregada?

A continuar assim, o que não seria a primeira vez, salta para a rua um regime de força que nos obrigará a andar direitos, calados e a “portar bem”. E o pior é que haverá muita gente a apoiar em acabar com este mimo.

Alexandre Burmester