De: Daniel Rodrigues - "Benefícios para quem?"
"A Iberdrola tem, actualmente, dois grandes projectos energéticos em Portugal, ambos à espera de arrancar e que são as novas barragens na bacia hidrográfica do Douro, no âmbito do plano nacional de barragens, e a central da Figueira da Foz, que lhe permitirão controlar este rio internacional em termos de aproveitamento hidroeléctrico, já que controla as barragens do lado espanhol. Do ponto de vista estratégico, as barragens constituem um activo mais valioso para a Iberdrola." (sic)
Este parágrafo está extraordinariamente mal escrito, mas levanta alguns comentários que devem ser argumentos válidos na defesa de uma bacia hidrográfica do Douro que maximize o benefício para as populações locais: quais são as contrapartidas da construção de barragens no Tua e no Sabor para a Região Norte e, em particular, para o Nordeste Transmontano? Não me refiro às contrapartidas certamente negociadas directamente com presidentes da câmara para o munícipio, mas directamente aos seus residentes. Por exemplo, extinção do IVA para quem residir nas margens. Do IRC para as empresas. Como se mede o benefício para o país no seu todo? A independência energética? Se o activo é valioso para a Iberdrola, que parte do risco é que ela está a assumir, e de que fatia do retorno irá beneficiar?
Era útil que os concelhos em causa, ou um think tank dedicado ao Norte, pedissem que todo esse impacto fosse avaliado, por exemplo, pela FEP ou pela EGP, e que tivesse em consideração o lobbying do Norte: uma maximização dos benefícios, como disse.
Cumprimentos,
Daniel Rodrigues