De: José Ferraz Alves - "A propósito da importância económica das linhas ferroviárias Porto-Vigo-Corunha"
Vou limitar-me a expor uma notícia da AICEP, de Portugal:
“As exportações de componentes para a Galiza aumentaram 600% nesta última década, atingindo o volume de 300 milhões de euros em 2008. A indústria automóvel portuguesa é constituída por cerca de 200 empresas com um volume de vendas superior 4.600 milhões de euros, segundos dados da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA). Espanha, com a Galiza no topo, absorve 18,8% da produção total de componentes fabricados em Portugal, atrás da Alemanha (24,4%) e à frente de Portugal (17,4%).
Portugal dispõe de uma vasta rede de Parques Industriais com excelentes infra-estruturas, sobretudo no Norte mas também no Porto, em Aveiro e em Lisboa. Várias empresas galegas já se deslocalizaram para o norte de Portugal, principalmente para os Parques de Valença, atraídas pelas óptimas condições dos parques, solo industrial e mão-de-obra barata, incentivos fiscais, boas acessibilidades e ausência quase total de conflitos laborais. Apesar desta deslocalização e da Galiza não conseguir nenhum novo investimento no sector automóvel desde 2007, o Cluster Automóvel da Galiza – CEAGA considera Portugal uma oportunidade e não uma ameaça, e aposta por consolidar e reforçar uma rede de fornecedores de componentes automóveis no Arco Atlântico: Galiza, Portugal e Marrocos. Portugal tem uma crescente indústria automóvel impulsionada agora pelo governo através das novas tecnologias associadas ao sector, sobretudo com o carro eléctrico e com o investimento de 150 milhões de euros do consórcio Renault – Nissan, que vai instalar em Aveiro uma fábrica de baterias para carros eléctricos.”
Para além disso, na Eurorregião Galiza-Norte de Portugal vivem quase 7 milhões de pessoas, o dobro da de Lisboa e Vale do Tejo. A Costa Atlântica, da Corunha a Setúbal, terá pelo menos 10 milhões de habitantes. Galiza, Norte de Portugal e também Castela-Leão, para os nossos distritos do interior, são soluções para a nossa crise de ideias e de ideais, por muito que isso custe. A liberalização e regionalização dos caminhos de ferro um investimento estratégico e estruturante crucial para o nosso futuro.
José Ferraz Alves
Rede Norte