De: Augusto Küttner de Magalhães - "Ainda a Civilidade"
Eventualmente o termo poderá ser outro que não civilidade, mas convenhamos que em alguns aspectos temos de nos saber melhor comportar em sociedade, ser mais civilizados, começando por pequenos nadas que têm uma tremenda importância. Se todos já conseguimos notar que por esse país as ruas andam muitos menos sujas de papéis, que se deixaram de deitar voluntariamente para o chão e passaram a ser colocados nas papeleiras existentes para o efeito, e face a isso mesmo, por muito pouca respeitadora que cada pessoa seja, evita deitar o papel para o chão quando nota que o mesmo está limpo. Porém, quanto a ir passear o cãozinho, e deixar que o mesmo faça as suas necessidades fisiológicas nos passeios, para que qualquer um de nós inadvertidamente calque esses "presentes" que ficam agarrados aos sapatos, com o cheiro nauseabundo, e transportamos o dito presente para o soalho das nossas habitações é o comum, nos nossos dias. Raríssimas vezes vemos alguém que passeia o seu cão, maioritariamente senhoras, com aqueles sacos próprios e ofertados pelas Câmaras para que os dejectos não fiquem na via pública.
Outro aspecto, que se torna degradante, é ir a uma casa de banho pública, e no caso falo evidentemente de homens, e encontrar um cheiro insuportável e uma sujidade, quer nos urinóis quer nas sanitas, porque o anterior utilizador não teve o cuidado de simplesmente despejar água, carregando num simples botão, depois de fazer as suas necessidades. Trata-se de um atentado à saúde pública, bem como um total desrespeito pelos nossos concidadãos. Não temos de ser exemplos do que quer que seja, mas temos de ser minimanente civilizados e respeitarmo-nos e aos nossos concidadãos, e não será tão difícil, automaticamente, alguém que passeia um canideo pela via pública, ter o cuidado de limpar as necessidades que o mesmo "faz" nessa mesma via pública, como de igual forma quem utiliza uma casa de banho, que vai ter que ser utilizada por mais pessoas, a deixar limpa tal como a encontrou, e aqui para além do mais está respeito por quem trabalha na higienização desses mesmos lugares.
Evidentemente que estes comportamentos, devem iniciar-se em casa, dentro de portas, mas aí cada um faz o que entender dever fazer. Porém, se os bons princípios se aprenderem e praticarem em casa, passam a ser normais, a ser assumidos implicitamente, com total respeito por si próprio e por quem consigo vive, logo passam a ser sempre feitos em todas as outras situações, havendo muito mais respeito pelos outros concidadãos. A educação, a civilidade, não ocupam espaço, bem pelo contrário, são sinónimo de evolução, de respeito, de civismo.