De: Rui Valente - "A «cidade» resolve"
«Quanto aos aviões irem para Lisboa, não me parece que seja importante a deslocalização de um evento como estes. O mais grave é que já não haja cidadãos, como aqueles de avô e de pai, para lutar pela cidade. A fuga das pessoas da cidade é mais importante do que a fuga dos pequenos e barulhentos aviões. E se forem os carrinhos de corrida, não creio vir mal ao mundo. O que a cidade não se pode deixar ao luxo de deixar fugir são os cérebros, gente activa que invista as suas ideias e a sua força aqui, em projectos centralizadores, permanentes e não apenas cíclicos. De coisas efémeras está o mundo cheio.»
Senhor Nuno Resende
Deve ser do seu conhecimento que há um grupo de empresários - pelo menos foi assim que anunciaram os jornais - dispostos a encontrar alternativas para o ROUBO (na forma de negócio de sucateiro, é este o termo correcto) do evento RED BULL AIR RACE para Lisboa. Para si não é grave, como refere.
O que não consigo perceber mesmo é como que é que "a cidade" deve reagir no futuro caso a gracinha se repita e a sacrossanta capital volte a fazer o papel de larápia, na eventualidade desses empresários encontrarem uma alternativa para a "cidade" se recompôr do desfalque centralista, ... Suponho que, segundo a sua óptica, "a cidade" deve voltar a comer e calar e inventar outra alternativa sem sequer se preocupar em se queixar à polícia. Imagino por isso que nunca tenha sido assaltado ou, se já foi, resolve o assunto remetendo a insolência do ladrão para o empreendedorismo e a criatividade dos cérebros da "cidade" para coisas perenes.
Sr. Nuno Resende, explica-me por favor, quem é, ou o que é para si a "cidade"?