De: Manuel Leitão - "O Red Bull e o «choradinho» habitual"
Por estar incluído nos “etc., etc., etc.” de Correia de Araújo, contribuindo, em passado recente, para destruir esse falso “consenso” (já aqui, por diversas vezes, o declarei e fundamentei), vejo-me obrigado a discordar de novo. Está enganado, pois o que era antes também é agora: ninguém explica, com provas, quais são os benefícios de ter a coisa no Porto, para além de se poderem tirar umas fotografias bestiais de avionetas com a nossa cidade em fundo ou aos próprios mirones de pescoço esticado. Se, porventura, o show atraísse turistas estrangeiros que trouxessem negócio para a cidade, outro galo cantaria. Mas não trazem nada disso: apenas nacionais, que virão cá na mesma, com outro divertimento ou realização cultural custando uma fracção ínfima da(s) dezena(s) de milhões de euros que a brincadeira custa aos contribuintes em cada ano.
Claro que, do ponto do vista dos regionalistas apressados, isto é roubar ao Norte para dar a Lisboa – e, realmente, visto com tal simplicidade, é. Pergunto, pois, a estes: então, já que o Estado e autarquias estão dispostos a “estourar” com todo esse dinheiro, porque não realizar a corrida, por exemplo, em Viana do Castelo, que também é no Norte, também tem uma ponte Eiffel e, ao menos, teria a vantagem de atrair alguns turistas galegos - desde que aí publicitassem a festa, claro. Agora, até falam, outra vez, em abrir um posto de turismo do Norte de Portugal em Santiago de Compostela (vamos a ver se não é outra vez “treta” como do primeiro anúncio há uns anos atrás por parte de Rui Rio…). Se não for muita maçada, pensem nisso - ou na foz do Minho (com a ilha e o forte abandonados lá no meio), ou noutra coisa que valha mais do que o “choradinho” e a falta de ideias habitual.
Cumprimentos.
Manuel Leitão