De: Cristina Santos - "Entre 1998 e 2009 há pelo menos um novo Século"
O que há de novo em relação ao último referendo é a constatação simples de que a evolução dos métodos, das tecnologias ou das condições de financiamento não alcança retorno, se não for correctamente adequada às características específicas de cada região. Apesar do investimento preconizado nas mais diversas áreas, ao invés de alcançarmos desenvolvimento e progresso, concebemos um país disforme, subvertido, e esbanjador de recursos naturais a todos os níveis.
De momento as fronteiras internas chegam a ser maiores que as fronteiras que temos para com a Europa, o que é logicamente inadmissível. Douro, Trás-os-Montes, o Norte em geral, estão subaproveitados, descoordenados e se continuarmos a temer as consequências de assumir as nossas obrigações enquanto área metropolitana com maior influência, brevemente o país não será sustentável e a responsabilidade será também nossa. O país espera que a área metropolitana do Porto interceda em favor de uma mudança, que permita consolidar recursos e valias, que impulsionem o desenvolvimento e em consequência ajudem Portugal a sair desta enorme crise que já não é só financeira, mas também ética e moral. O Sul também o espera da área metropolitana de Lisboa. Todos juntos poderemos vencer o declínio.
Espero que se alcance a regionalização em curto prazo. Claro que Gaia, Porto, Maia, Matosinhos, todos terão de lutar, bem como Braga, Guimarães, Vila Real, Peso da Régua, Viseu, a regionalização é isso, é diminuir fronteiras, é aproximar. Inicie-se o movimento, não podia haver melhor altura.
Quanto às intervenções do Sr. José Silva, são sempre marcadamente negativas e na maioria das vezes contra esta grande cidade dinâmica que é o Porto, creio já o ter lido a defender a regionalização, entretanto já tinha desistido de ler porque não alcanço minimamente quais são as suas propostas, agora vejo que mudou de opinião e tem a audácia de chamar arrogante a um movimento, parece-me que necessitava de um espelho, talvez um do Machado de Assis, ou até do Borges, assim qualquer coisa onde se reflectisse sobre a arrogância intelectual.
Cristina Santos