De: José Ferraz Alves - "As elites do Porto, a compra dos mais frágeis no Tua… a falta de um poder Regional…"
Transcrevo um SMS que recebi hoje de Bragança: «Não se preocupe, eu percebo-o e agradeço-lhe tudo o que já fez. O que não percebo é o sistema Porto e as suas elites. Falam, falam, mas não os vejo fazer nada pelo “Norte”… fico frustrado!”
Ficamos a saber que cada família da Região do Douro e Trás-os-Montes pagará menos 38 euros por ano, em média, como um primeiro efeito deste programa de investimentos em barragens. Também que a questão dos preços de venda de electricidade é pergunta a responder por uma Entidade Superior, o Regulador!
De facto, só a inexistência de uma Entidade que tenha efectivo poder sobre o seu território permite toda esta actuação pautada por uma extraordinária leveza quantos aos seus efeitos, moldando ambiente, ordenamento do território, recursos públicos, populações, sem o devida consideração de efeitos de sustentabilidade a longo prazo e que converteram esta Região como a mais atrasada da EU27. Nomeadamente, é muita estranha a passividade da cadeia de produção vinícola da Região do Douro, de importantes empresas e pessoas do Porto e Douro, as tais "elites", que não reagem, o que só atesta a pertinência do apelo do email que recebi.
A Rede Norte surge com o objectivo de partilhar competências de diversos movimentos cívicos do Porto, Braga e Aveiro. Escolheu a causa de defesa da Linha do Tua como exemplo de que é possível o Norte organizar-se em torno de ideais que não sejam só os do litoral mais desenvolvido, e que é possível a esse litoral mostrar-se capaz de defender mais eficazmente o que é seu, em perfeita ruptura da prática de actuação mais longínqua, de poderes eleitos e não eleitos, que estão na capital do País. Ou seja, que é possível o Porto ser para Bragança o que Lisboa não tem sido. Que parece difícil, de facto, na prática, ser demonstrado.
Por tudo isto, percebe-se também a necessidade de conversão da Rede Norte em algo mais.
José Ferraz Alves
Rede Norte