De: Rui Encarnação - "O que se merece"
Li publicados os resultados das últimas sondagens que aumentam a diferença inicial entre Rio e Elisa, com admiração, mas já sem qualquer surpresa. Independentemente da apreciação que pode e deve ser feita às proposta e projectos dos opositores/candidatos do Dr. Rio à CMP, há duas outras apreciações que a antecedem: a do trabalho e obra feita; a do projecto do Dr. Rio.
Quanto à primeira, faz-se rapidamente: tinta nos bairros, Zé Malhoa, aviões, carros, barulho, grades e corridas, bairros demolidos. Falta de construção de novos bairros ou medidas alternativas de alojamento social, falta, absoluta, de apoio e investimento no desenvolvimento social dos mais desfavorecidos, destruição das redes sociais, económicas e culturais básicas e primárias da cidade (a quem só fala quando lhe é conveniente e a quem ignora quando com ele querem falar). Tratamento de trabalhadores à moda de vão de escada, tratamento de todos quantos não lhe dão assentimento à moda da capital (sem sequer os ouvir e muito menos respeitar). Investiu fortemente na estrutura da CMP, blindando-a, exibindo prémios ditos de boa gestão. Não exponenciou, por iniciativa própria da CMP, qualquer um dos equipamentos, excelentes, que herdou (Parque da Cidade, Palácio de Cristal, Ferreira Borges, etc, etc...) Não adquiriu para a CMP qualquer equipamento ou, aliás, mais-valia, que a enriqueça (ou seja, não tem obra!)
Quanto à segunda, é mais fácil a análise e apreciação: não tem. Nunca teve! Por isso, em equipa que ganha não se mexe. O Dr. Rio já percebeu que é bem vinda a sua inércia, o seu não mexer e não fazer, pois assim, quem nada faz, nada de mal ter feito é acusado :).
Por isso é que, se 49% dos que vão votar gostam de quem nada faz, é bom que nada tenham nos próximos 4 anos, a não ser aquilo em votaram. E, democraticamente, lhes desejo que tenham do Dr. Rio o tratamento que ele tão bem já dispensou a quem o não merecia no S. João de Deus (pois também desses lá os havia), o que irá dispensar aos moradores do Aleixo (indiscriminadamente, como é seu timbre), às pessoas que despediu do Rivoli, aos trabalhadores da limpeza que menosprezou e maltratou, e, também aos representantes dos outros partidos com assento no Executivo e na Assembleia Municipal, a quem reduziu à mais humilhante vulgaridade e insignificância (num exercício de prepotência e total falta dos mais elementares princípios democráticos). E também lhes desejo que não possam passar férias e fins-de-semana naquelas cidades da Europa em que a vida se projecta, um bocadinho mais além, da tacanhez, do manguito do “manga de alpaca”. Que os passem cá, a gozar o bem-estar que escolheram.
Para os outros, estou convicto que a vida continua, pois fazem por isso e por ela, com Rio ou sem ele.