De: Luís Gomes - "Debater O Porto2009 - Turismo"
A terceira prioridade proposta pelo candidato Rui Rio é a promoção da competitividade para fomentar o emprego. Julgo que uma das potencialidades que foi explorada nos últimos anos foi, precisamente a promoção turística. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, as regiões do País mais beneficiadas em Junho pela procura turística foram o Alentejo (mais 22,2%), o Centro (mais 12,1%) e o Norte (mais 4,8%). Para isto não é alheio o contributo que as low cost têm vindo a dar, e futuramente vão alavancar este crescimento do turismo com a inauguração hoje da nova base da Ryanair no Porto.
No que diz respeito à cidade do Porto concretamente, senti que existem mais empresas de circuitos turísticos. Os autocarros amarelos, vermelhos e azuis já entraram na vida dos portuenses. Num acto inconsciente permite-nos identificar uma parte dos milhares de turistas que se deslocam para nos visitar. Infelizmente não temos um conjunto de museus como o Tate em Londres ou o Pompidou em Paris, que nos permitam ter um cartaz turístico que permita uma competição de igual para igual. Há que fazer pela vida. Os Red Bull, os Grande Prémios, os Festivais de Verão,as regatas e as exposições itinerantes tem uma dupla funcionalidade: divulgar a marca Porto, fazê-la aparecer na comunicação social europeia, nas revistas de especialidade, no word of mouth dos milhares de europeus que têm apetência para viajar. Por outro lado, mobiliza os turistas que seguem estes eventos aonde quer que eles apareçam. O turismo cria postos de trabalho, o Sealife é espelho disso mesmo. É mais um ponto de passagem especialmente para os turistas que trazem os seu filhos.
Aplaudo a criação do passe turístico que permite a entrada e circulação em diversos pontos de interesse inegável. Neste sentido, defendo a recuperação do eléctrico. Dizer-se que se cumpriu a missão de fazer regressar o eléctrico à Baixa é falso. O eléctrico aparece de meia em meia hora, não proporcionando qualquer qualidade de serviço. O turista não pode esperar uma eternidade pelo transporte e ainda subir 31 de Janeiro deparando-se com sucessivas faltas de civismo. É necessário alargar o circuito turístico. O eléctrico nunca deveria acabar na Cantareira, faria sim todo o sentido acabar por exemplo junto ao Castelo da Foz. Deveria ser criado um interface com os autocarros turísticos.
Propunha a criação de uma segunda linha da Baixa que ligasse as zonas comerciais de Cedofeita - Aliados - Santa Catarina - Bolhão. Fomentar-se-ia um maior tráfego de turistas nas zonas comerciais ao ar livre do Porto que tanto precisam de visitantes.
É necessário apostar não só em hotéis de charme mas criar uma rede de hotéis low cost e hostels para jovens e turistas que pretendem gastar o menos possível em estadia para poder despender noutras vertentes da sua visita. O turista que pesquisa os seus destinos em função do custo da viagem e do custo da estadia, não escolhe o Porto se tiver Ryanair mas não tiver uma rede de estadias acessíveis. Isso FALTA. Lisboa tem os melhores hostels da Europa, noticiavam os media anteontem. E o Porto? Tem de acarinhar estes projectos.
Obrigado pela atenção,
Luís Gomes