De: Catarina Martins - "Esclarecimento"
A propósito do post de Pedro Aroso
1. A existência de ciclovias de lazer e desporto, embora importante, não tem qualquer impacto nas políticas de mobilidade e sustentabilidade das cidades; só existe impacto se forem de utilidade nas deslocações diárias pendulares casa-trabalho e serem portanto promotoras do uso da bicicleta em detrimento de veículos motorizados.
2. Os 11 km de faixa bus que desapareceram estão registados nos relatórios da STCP. Em 2002 existiam 32,3 Km e em 2006 já só existiam 21,3 Km (página 71 do relatório de 2007). Sobre este assunto acrescentarei ainda três esclarecimentos adicionais:
- - as faixas bus correspondem a menos de 5% dos percursos totais e são essenciais para aumentar a velocidade média dos autocarros (estudos de impacto ambiental apontam para que basta aumentar em 1Km para serem muito significativas as poupanças de combustível, o que tem impacto directo tanto nos custos como nas emissões de CO2);
- - a STCP tem feito um esforço grande de redução de emissões, 50% da frota é a gás natural (a maior concentração da Europa), e é inaceitável que o executivo camarário não acompanhe de modo algum esse esforço;
- - a questão das faixas de bus foi suscitada diversas vezes pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal e, em 2007, foi também apresentada pela vereação socialista uma proposta para "Novos corredores bus para a cidade do Porto" (que não foi aprovada pela maioria PSD/PP).
3. A cidade do Porto tem uma população activa que promove eventos e actividades muito diversificadas, mesmo em condições muito adversas. Mas não há dúvida que os eventos em que a autarquia mais aposta, e que mais divulga e utiliza até para promoção externa da cidade, são desportos motorizados: corridas da Boavista, aviões no Rio Douro, fórmula 1 no Estádio do Dragão.