De: Alexandre Burmester - "Rolhas"
Os Presidentes de Câmara são mandatados no Programa em que concorrem (embora ninguém os leia), da mesma forma que os governos o são. Assuntos há que ao serem eleitos e mandatados se exige que cumpram, o que raramente o fazem, e assuntos hão que sendo delicados deviam ouvir e promover uma discussão pública. Possivelmente os assuntos “delicados” poderão não o ser à partida, mas no decorrer do processo assim se possam tornar. Deviam os eleitos ter o discernimento e a falta de orgulho de os trazerem à Praça pública. Assim o tem feito o Vereador Lino Ferreira, assim não o faz o Rui Rio.
O projecto do Palácio de Cristal é um bom exemplo da discussão que devia ser tornada pública, e o mesmo é o que se passa na indemnização dos terrenos do Parque da Cidade. Da mesma maneira que houve uma decisão amplamente criticada nos últimos dias do mandato do anterior Presidente de Câmara sobre a autorização de construção à IMOLOC, este Presidente que tanto criticou está a fazer o mesmo ou pior, comprometendo terrenos e pagamentos nos últimos dias de um mandato.
Essa é a melhor forma de não serem “Encarregados de educação” ou pior, paternalistas na decisão. Mas por outro lado e como diz o Francisco, muitas decisões hão que se exige que cumpram e que façam, e devem. Se assim fosse não chegaríamos ao estado em que estamos. Políticos sem coragem que apenas gerem e não mudam, porque só sabem navegar ao ritmo da rolha que flutua e não nada.
Alexandre Burmester