De: F. Rocha Antunes - "A regra da escova de unhas"
Meus Caros
No tempo em que o politicamente correcto não tinha sido ainda inventado a Senhora minha Mãe, com a responsabilidade de ensinar regras de vida a 9 filhos, aplicava uma regra simples em matéria de grafittis caseiros: sempre que algum de nós começava a dar largas à criatividade e a liberdade de expressão usando lápis de cor ou mesmo canetas de feltro nas paredes lá de casa éramos obrigados a limpar as ditas paredes riscadas com uma escova de unhas para aprender o que custa limpar a porcaria que fazíamos nas paredes que eram de todos e não apenas nossas. Umas horas depois de esfregar repetidamente as paredes percebíamos a mensagem. Não há nenhum de nós, filhos, que tenha ficado traumatizado por isso.
Hoje temos partidos políticos que conseguem defender, simultaneamente, a protecção do património histórico mas que continuam a sujar o espaço público com a sua propaganda. Há dois anos, por exemplo, a Juventude Comunista Portuguesa achou boa ideia colar uns cartazes enrolados à volta dos candeeiros do Passeio das Virtudes, que é já zona do Porto Património da Humanidade, que ainda por cima eram ilegíveis, portanto completamente inúteis. Vamos a ver como é que os diferentes partidos e movimentos se portam nos próximos meses também nesta matéria.
Francisco Rocha Antunes