De: Luís Gomes - "Sondagem no Porto: Remake 2"
A nova sondagem divulgada esta sexta feira confirma a tendência de voto já anteriormente demonstrada pela sondagem da UCP. Os responsáveis socialistas estão a ver fugir o tapete, acossados por uma dura realidade: somam uma governação em declínio com uma escolha dúbia para encabeçar a sua lista à presidência. Não bastava esta conjugação de factores e, em jeito oportunista, alguns militantes tentam tirar o tapete à independente, porque perceberam que o povo não gosta de falta de coerência com aquilo que pretendem e ambicionam. Foi assim com Fernando Gomes. Perdeu porque quis mudar o trilho da sua vida politica e quando decidiu recolocar-se, os portuenses deram-lhe um rotundo Não.
De um modo geral, a questão das duplas candidaturas é de todo hipócrita. Que me recorde, todos os partidos já fizeram concorrer deputados a presidentes de Câmara em pleno exercício do mandato. Então porque pretende o PS mudar as regras do jogo? Qualquer cidadão entenderá que os partidos inclinam-se para escolher candidatos com visibilidade, por norma conferida pela exposição mediática da Assembleia. Mesmo sabendo que vai perder, o partido tem de apresentar um rosto. É o espírito de missão de um político! Como pode o PS mudar as regras a meio? O candidato perde a disputa autárquica mas sabe que permanece no Parlamento. Pode parecer desonesto, mas é assim a política e temos de aceitar que existe uma reciprocidade entre aquilo que o candidato dá ao partido e na forma como o partido retribui.
Elisa não é pioneira nem única. Na margem esquerda do Douro temos exemplo pior: Ilda Figueiredo cabeça de lista nas Europeias, em vez de ocupar o assento no PE vem fazer campanha em Gaia, com mais do mesmo. Será que esta gente não se toca?
No fim de contas tudo isto só me preocupa porque em vez de a comunicação social acompanhar as iniciativas e os debates de ideias, andam a reboque dos lideres de distritais e do fait divers, aos quais como diz o povo "puseram-se a jeito".
Um abraço,
Luís Gomes