De: António Alves - "El Corte Inglés"

Submetido por taf em Terça, 2006-07-11 23:57

As cidades dinâmicas, buliçosas e com futuro têm, naturalmente, confusão e trânsito um tanto caótico. É o preço do desenvolvimento. Para delimitar as zonas de comércio, indústria, actividades que chamam muita gente como áreas de diversão com cafés, restaurantes, discotecas e as zonas residenciais, que exigem que se respeite o direito das pessoas ao sossego e ao repouso, existem os PDM's que devem ser escrupulosamente cumpridos.

Também eu hoje, pela primeira vez, visitei o El Corte Inglés. Obviamente utilizei o Metro - a única opção que qualquer ser inteligente escolherá. Eu sei que hoje é (foi) terça-feira e não existia a confusão provocada pela tradicional multidão de domingo. Pelo contrário, a Avenida da República fluía regularmente, apesar de, como centro nevrálgico deste grande município que é V. N. de Gaia, rejubilar de vida e movimento. A vida em volta dos seus numerosos cafés, esplanadas, sucursais bancárias e estabelecimentos comerciais já faz muita inveja à sua velha prima Avenida da Boavista. O estabelecimento da cadeia comercial espanhola é igual a tantos outros por essa península fora: um centro comercial bem concebido, onde se passeia agradavelmente e que oferece produtos de alta qualidade. Este tem o bónus de oferecer um restaurante com uma bela vista sobre o Porto.

O Porto (concelho) perdeu uma oportunidade de ouro para ter um estabelecimento comercial de massas de verdadeiro nível internacional. Poderia vir a ser uma fortíssima âncora, em conjunto com a Casa da Música, para a zona da Boavista. Ficaria lá muitíssimo bem. Mas mais do que isso, o Porto (concelho), fruto das opções abstrusas dos seus obnubilados dirigentes, perde, acima de tudo, capitalidade.

Gaia é cada vez mais o Porto activo, ambicioso e virado para o futuro; o velho Porto é cada vez mais só paisagem.

António Alves

PS - Quanto às multidões domingueiras: passando a novidade elas tendem a baixar significativamente. Os preços também ajudarão: são na maioria, para infelicidade nossa, proibitivos para a maioria dos excursionistas, em especial no pronto-a-vestir.