De: José Lopes - "Base da Ryanair no Porto"
Boa tarde,
Soube através deste blog da abertura de uma base operacional da Ryanair no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Na altura, custou-me francamente a acreditar, porque já se falava deste assunto há pelo menos dois anos e enquanto se assistia a abertura de bases em Espanha (mas também cortes significativos, como por exemplo Sevilha e Valência), por cá reinava o silêncio por vezes cortado pela ANA ou pela própria Ryanair ao dizerem que as negociações continuavam em curso.
Lembro que este assunto deu origem a inúmeras declarações públicas de protesto contra a atitude proteccionista da ANA e respectiva falta de flexibilidade na negociação com a Ryanair. Do mesmo modo, a demora na concretização deste negócio levou a uma opinião cada vez mais generalizada a favor da gestão regional do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, a qual continua a fazer sentido. Numa altura em que a contracção do tráfego aéreo é bem evidente (exemplo claro disso é o Aeroporto da Portela, que tem neste momento graves problemas de estacionamento, devido a companhias que aí param os seus aparelhos devido à falta de mercado) e em que a própria Ryanair tinha suprimido rotas a partir do Porto (Dublin, Estocolmo e Valencia) e reduzido operações (Bruxelas - Charleroi), este é um investimento que não só cria emprego, como revitaliza a economia através do aumento de turistas.
Tal como foi bem analisado no Low Cost Portugal, parece claro que a Ryanair jogou pelo seguro em relação às novas rotas apresentadas, optando primordialmente por fazer concorrência com outras companhias. Assim, enquanto a rota Porto-Basileia já é feita pela Easyjet, a mesma companhia que opera Porto-Lyon (havendo agora Porto-Saint-Étienne pela Ryanair, sendo Saint-Étienne muito perto de Lyon), a abertura da ligação com Eindhoven poderá disputar passageiros com a TAP (Amesterdão). De realmente novo, há apenas Tours, no sempre seguro mercado francês, o mesmo que levou à duplicação dos voos Porto-Paris (Beauvais).
Aguarda-se ainda que a abertura de uma base operacional em Faro, havendo uma forte probabilidade de haver pela primeira vez voos low-cost continentais, ligando o Porto a Faro. A ligação Porto-Funchal pela Ryanair também está a ser estudada, o que se saúda.
Este é um investimento que não só cria emprego, como revitaliza a economia através do aumento de turistas. Haja coragem e abertura mental para abrir o espaço aéreo continental a companhias low-cost, pois os portugueses devem ter as mesmas condições de mobilidade que todos os outros cidadãos europeus.
Um abraço.
José Lopes