De: António Alves - "Rio e o centralismo"

Submetido por taf em Quarta, 2009-07-01 11:43

aqui tinha dado conta da mudança estratégica de Rui Rio em relação a questões fundamentais para o Grande Porto e Norte. A sondagem agora revelada não me espanta minimamente. O PS-Porto é uma coisa inenarrável e a candidata apresentada, além de vir com 4 anos de atraso, não se revelou muito empenhada na tarefa nem tem sido capaz de se libertar do directório lisboeta que domina completamente a estrutura partidária local. O PS hoje é um partido totalmente conotado com o centralismo e com o roubo perpétuo que certas elites alfacinhas fazem ao país. Assim sendo é mais que justo que os portuenses lhe demonstrem inequivocamente o seu desprezo.

Mas uma coisa é ser regionalista na oposição outra é ser regionalista quando se está no poder. Fico à espera que Rui Rio seja coerente e mantenha a mesma atitude se o PSD chegar ao governo de Lisboa. Mais ainda: pretendo ver Rui Rio dizer que caso o PSD seja governo ele vai fazer tudo que lhe seja possível para acabar com o princípio iníquo dos chamados “spillovers” lisboetas para o resto do país e mesmo pugnando pela devolução às regiões, à custa do orçamento do estado, do dinheiro já indevidamente aplicado. Caso não obtenha sucesso e o PSD se mantenha tão centralista como também tem sido ao longo da sua história, espero que igualmente seja capaz de tirar as devidas ilações e ser coerente. É que de bravatas regionalistas quando os “outros” estão no governo e cobardias centralistas quando os “nossos” sobem ao mando já todos nós estamos fartos.

De qualquer maneira, caso o PSD vença as eleições, não me parece que venha daí algo de bom. Além de se perspectivar uma reedição requentada do cavaquismo – paradigma do regabofe megalómano e ‘expositário’ lisboeta – o governo será dirigido por alguém que pactuou escabrosamente com uma das maiores operações de tráfico de influências e compra de votos jamais vistas em Portugal: a aceitação por parte do estado do pagamento da dívida fiscal do SL Benfica por papel/acções sem qualquer valor de mercado. Espero, pelo menos, que a senhora tenha tapado o nariz. Tudo isto poderá ter sido legalíssimo; mas foi isso mesmo que aconteceu: compra de votos e tráfico de influências. O principal responsável desta traficância deu à sola mal as coisas se complicaram. Convém ter memória.