De: José Machado de Castro - "As estranhas contas do Dr. Rui Rio, o «Dia Europeu Sem Carros» ou o estado da cidade"
A proposta (em anexo) da Câmara do Porto duma chamada "cessão de exploração" do Palácio de Cristal / Pavilhão Rosa Mota a um Consórcio formado pela AEP (Associação Empresarial Portuguesa) - 50,4%, Pavilhão Atlântico - 20%, Associação dos Amigos do Coliseu do Porto - 19% e Parque Expo 98 - 10,6%, tem pontos fantásticos:
1 - O Consórcio compromete-se a aceitar uma participação de 20% da empresa municipal Porto Lazer no capital social da sociedade gestora;
2 - Mas dos cerca de 18 milhões de euros previstos para a requalificação do Pav. RM, o Consórcio só entra com 1,5 milhões de euros em espécie (material de escritório, ou cadeiras e mesas ou gestão da obra ...), mais um milhão e meio de euros para uma construção nova (na Área Verde de Utilização Pública do Palácio) de "Salas Anexas" com cerca de 2.500 m2;
3 - Ao Município do Porto (via empresa municipal) cabe financiar os restantes 15 milhões de euros. Através duma candidatura ao QREN vão ser atribuídos cerca de 6 milhões a fundo perdido. Os 9 milhões em falta serão obtidos através dum empréstimo bancário.
Vejam-se agora estas contas: o Consórcio (AEP, Pavilhão Atlântico, AAColiseu, e Parque Expo) só entra com três milhões de euros, mas tem garantidos 80% do capital social da sociedade gestora a formar. E o Município do Porto fica com 20% do capital, mas tem de entrar com 15 milhões de euros. Estas não são certamente contas à moda do Porto.
Na Assembleia Municipal de 29 de Junho foi rejeitada uma Recomendação (em anexo) para que o Município do Porto se inscrevesse no "Dia Europeu Sem Carros" a ter lugar em 29 de Setembro próximo: 28 votos contra (do PSD e CDS/PP mais um do PS), e 24 votos a favor (BE, CDU e PS). E a cidade o que diz?
José Machado de Castro - deputado municipal