De: Cristina Santos - "Tectos públicos"
Mais uma vez, apontam medidas que visam a melhoria das condições de vida do povo, mas isentam o Estado e as suas empresas de qualquer responsabilidade. Se estas últimas não impusessem aumentos de 2% e mais para os serviços que prestam sem os quais as empresas não podem trabalhar, talvez o trabalhador pudesse ser aumentado como merece e como qualquer empresa que se digne do nome deseja fazê-lo.
O problema é que antes do trabalhador há que pagar o aumento de toda uma série de serviços, que mesmo em ano de crise e tendo esses serviços lucros abismais, impõem; o trabalhador e o empresário "normal" não impõem nada. A taxa efectiva de tributação é geralmente de 65%, as ajudas de custo aos trabalhadores por exemplo são tributadas autonomamente.
Continuar a culpar o empresário pela má redistribuição da riqueza, isentar bancos, EDP, Galp, serviços municipais, coimas (tributadas autonomamente também) com base em normas que nos ultrapassam em largas dezenas de anos, só demonstra que de facto há poucos empresários neste país. E dos poucos que há raramente chegam ao Governo, vêm do Governo para as grandes empresas finda a carreira política, não pela redistribuição equitativa, mas para subterfúgios que permitam o alcance de contratos públicos de monta. Se há que limitar alguma coisa, limite-se o Estado, dê-se mais liberdade ao empresário, e verifiquem-se os resultados e os verdadeiros interesses do país.
Bom feriado.
Cristina Santos