De: JA Rio Fernandes - "A e B; Este e Oeste"

Submetido por taf em Segunda, 2009-06-01 23:57

Gostei da imagem do Porto A e B cultural. Sintetiza bem o contraste entre o panorama cultural da CMP e aquele que insiste e resiste e vai procurando fazer do Porto uma cidade cosmopolita e contemporânea.

Embora em regra o mundo não possa ser simplificado em A e B, 1 e 2, preto e branco, explorados e exploradores, desenvolvidos e subdesenvolvidos, não resisto a adoptar o registo, naturalmente simplificador, para insistir em relembrar a dualidade sempre esquecida entre Foz - Boavista - Matosinhos, para onde vai tudo, e o Bonfim - Campanhã - Valbom que recebe nada: seja tratando-se do metro (a propósito do muito que se que fala sobre Campo Alegre, Parque da Cidade e Brito Capelo (na terceira linha para Matosinhos, somando à de Senhora da Hora e a que ligará ao Hospital de São João) e o (quase) nada que se discute a propósito de Rio Tinto e da linha Valbom-Gondomar); seja na acção da CMP com (re)repavimentação dos passeios da Avenida Brasil e Avenida Montevideu e melhoria da melhoria na Avenida da Boavista, contra a triste inacção em vias cheias de potencialidades e cheias de necessidades, como as avenidas Rodrigues de Freitas e Fernão de Magalhães (e espaços envolventes), ou ainda na marginal do Douro, quase perfeita da Ribeira à Foz e com tudo tão por fazer da Ribeira ao Palácio do Freixo, onde ainda parece apenas uma estrada sem qualidade para quem anda a pé, de bicicleta ou apenas se dedica à pesca.

Afinal, quando se sabe que o mercado tende a acentuar as assimetrias, não é à Câmara Municipal que compete combatê-las? Faz ao contrário, acentua as diferenças? Porquê e para quem?

Desde a muito vilipendiada Porto2001 (que fez coisas mal, mas mais ainda bem) e o ostracizado Eng.º Nuno Cardoso (que lançou o projecto das Antas e a Av. de Cartes) que, a leste, nada de novo. Milhões para o Parque Oriental? Vão ver o que há entre auto-estradas, ETAR e Lagarteiro! É tudo velho (e triste) a leste! Enfim… pelo menos que não se estrague, fica a oportunidade para se fazer no futuro. E bem, espera-se.