De: Cristina Santos - "São Vicente de Paulo"
Rui Sá tem toda a razão quando se refere à questão gravosa em que se encontra o que resta do Bairro São Vicente de Paulo, e não resta apenas um bloco, subsistem barracos, “pombais”, e outros anexos utilizados constantemente por toxicodependentes, numa situação desumana e neste caso proporcionada pela própria CMP que não terminou o processo de demolição.
Se ao que parece, demolir o bairro foi uma boa opção que minimizou em princípio as condições de insegurança, não terminar o trabalho iniciado tem aumentado em dobro o que antes se verificava. Quem visita ou reside é levado a pensar que esta freguesia não pertence à cidade, há lixo na rua, as zonas que foram demolidas têm já vegetação que cresce desordenadamente emprenhada de restos de entulho, há os ditos barracos que parecem bancadas de injecção assistida, uma série de sinais de alarme social como tascos completamente irregulamentares, intoleráveis numa cidade com a dimensão da nossa e numa freguesia que tem bastante potencial, e que poderia ser uma expansão das Antas.
Da zona em questão avista-se o rio, o Dragão, Bonjóia, é uma zona bonita. Depois da demolição inicial, há várias famílias jovens a restaurar e a investir, não se pode no entanto fruir já que o lixo, a insalubridade, não o permitem.
A CMP ao invés de andar a reparar vias que estão boas, que não necessitavam de recauchutagem, poderia e é sua obrigação mandar efectuar uma limpeza à zona. Pelo menos da zona já demolida. A Polícia por seu turno está de parabéns: além de empenhada em minimizar a situação, com rondas, com abordagens directas aos que "residem" nos barracos, a que se junta uma acção imediata da polícia criminal em caso de assalto, toda esta equipa, esta esquadra merece destaque, que mais não seja pela humildade dos agentes, que pedem desculpa pela situação e por permitirem os constantes incómodos aos residentes que vêem de noite invadidos os quintais, pelos "inquilinos" dos barracos que a CMP por lá deixou e que com certeza deveriam ser demolidos. Os barracos, o lixo e os entulhos contribuem para uma insalubridade crescente, potenciam a marginalidade e são em certa medida casos de saúde pública.