De: António Alves - "Antes pelo contrário..."
… tem toda a relevância: pelo que depreendo da teoria do TAF, o Porto está, confrangedoramente, nas mãos de uma pessoa que tem de ser presidente da câmara para ter um emprego e arrisca-se a ficar nas mãos de uma outra que não quer ser presidente da câmara, mas que tem de fingir que quer, para poder manter o excelente emprego que já tem (onde não tem que lidar com os pobres, gestão das recolhas do lixo, os portuenses em particular e os portugueses em geral, entre outras coisas aborrecidas) e que, obviamente, lhe interessa mais.
A Democracia encontra-se reduzida, tal como Aloys Schumpeter disse, a “um processo técnico de seleccionar uma oligarquia de políticos profissionais”. E esta, segundo ele, não era composta por gente de confiança. São dependentes do seu emprego político e desejosos de o conservar.
Confrangedor tem sido também ver Paulo Rangel aos pinchos propondo mecanismos de exportação de desempregados como se isso fosse alguma coisa de original ou brilhante. Os portugueses, em particular os trasmontanos, minhotos e beirões, já inventaram isso pelo menos desde o século XIX. Milhões deles durante todo este tempo foram capazes de inventar os mais imaginosos mecanismos e esquemas de se exportarem a eles próprios que a inteligência humana é capaz. Que tal discutir, por exemplo, já que estamos em maré de eleições europeias, por que razão na Europa das Regiões o estado português insiste em manter-se em contracorrente?